Os
brasileiros repassaram R$ 2,5 trilhões em impostos às mãos dos governos
federal, estaduais e municipais em 2019, segundo o Impostômetro da Associação
Comercial de São Paulo (ACSP). Para ser mais pontual, a marca foi batida às
8h35 desta terça-feira, 31, último dia de 2020.
Num
ano com elevada taxa de desemprego, o brasileiro recolheu 4,69% a mais de
impostos aos cofres públicos do que recolheu em 2018, quando o fisco ficou com
R$ 2,388 trilhões.
Marcel
Solimeo, economista da ACSP, classifica como recorde o valor retirado dos
bolsos dos contribuintes, especialmente pelo baixo crescimento e indefinições
que circundam a economia brasileira. Trata-se, de acordo com ele, de uma marca
expressiva e resultante de uma carga tributária elevada para o País, se
comparada à renda do brasileiro.
"Acredito
que a carga tributaria nos próximos anos deva permanecer alta. Possivelmente, o
único fator que pode colaborar com a diminuição dos tributos é o controle nos
gastos. Caso não haja esse esforço, o Brasil continuará tendo impostos
elevados. O pior é que nada disso retorna à população", critica Solimeo.
O economista
relembra que há cinco anos o Impostômetro fechou em R$ 1,9 trilhão. Trata-se de
um salto de R$ 600 bilhões em meia década. Para ele, o único caminho para
melhorar essa diferença de R$ 600 bilhões passa por uma melhor gestão das
contas públicas.
O que se poderia fazer com o valor
Com os
R$ 2,5 trilhões que o brasileiro pagou de impostos em 2019 poderia se comprar
2,7 milhões de apartamentos de 124 metros quadrados com três quartos, uma suíte
e duas vagas na garagem em Campestre, bairros privilegiados, com ruas calmas e
bastante arborizados em Santo André, na Região do ABC Paulista.
Com
esse dinheiro, afirmam os economistas da ACSP, uma pessoa poderia receber 50
salários mínimos por mês durante 4,5 milhões de anos. Renderiam, se aplicados
em caderneta de poupança, juros de R$ 20,2 milhões por hora e R$ 336,8 mil por
minuto.
Compraria
7 milhões de unidades do carro BMW M2 e 5,8 bilhões de cestas básicas.
Finalmente, para transportar esse dinheiro em notas de R$ 100,00, seriam
necessários 826 contêineres de 20 pés ou 6,096 metros.
Fonte: Folha Vitoria