Sociedade Brasileira de Diabetes
orienta como pessoas com a doença podem reconhecer e prevenir quadros de ataque
cardíaco
Diante da crescente prevalência de pessoas com diabetes, no Brasil, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) alerta que, ao lado do controle glicêmico, essa população atente para a manutenção da saúde vascular. Além de ser um fator de risco para a obstrução de artérias e dilatação e vasos sanguíneos, a doença pode mascarar os principais sintomas do infarto, dificultando sua rápida identificação. Dados da International Diabetes Federation (IDF) apontam que 80% dos pacientes com Diabetes Tipo 2 morrem em decorrência de problemas cardiovasculares.
Especialistas
apontam que os sintomas mais comuns do infarto são dor forte no peito que
irradia para o braço, ombros e pescoço. Contudo, em pessoas com diabetes, o
ataque cardíaco pode se manifestar por falta de ar, sensação de mal estar,
náuseas e vômitos, desmaio inexplicado e, até mesmo, uma descompensação sem explicação
do controle da glicemia.
“Isso
acontece devido à neuropatia autonômica, uma disfunção que afeta o sistema
nervoso simpático e parassimpático, fazendo com que os pacientes com diabetes
sintam menos dor e mascarando o quadro clínico do infarto”, explica o Dr.
Marcello Bertoluci, endocrinologista e coordenador do Departamento
Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), gestão 2018-2019.
Essa
relação se dá porque os níveis desregulados de açúcar no sangue, juntamente com
o colesterol e a pressão arterial possibilitam a formação de placas de
colesterol que entopem as artérias. De acordo com o médico, o aumento excessivo
da glicose no sangue favorece a maior produção de coágulos que também podem
obstruir as artérias. “Quando uma artéria sofre uma obstrução, o coração entra
em sofrimento pela falta de oxigênio e o tecido sadio morre sendo substituído
por cicatriz. Dependendo do tamanho da área afetada pode ser fatal ou deixar
sequelas irreversíveis, como a insuficiência cardíaca”.
Dr.
Bertoluci ainda destaca que as complicações vasculares geralmente afetam mais
os homens do que as mulheres, entretanto, quando se trata de diabetes essas
diferenças desaparecem. “Homens e mulheres têm incidências semelhantes de
infarto agudo do miocárdio e AVC, mas representam o dobro quando comparados a
pessoas sem diabetes. É importante ressaltar que, quando acontece em mulheres,
tende a ser mais grave, com maior número de mortalidade”.
Para a
prevenção de doenças cardiovasculares em pacientes com diabetes, a SBD
recomenda: manter estáveis os níveis de glicemia; ter uma rotina de alimentação
saudável associada à prática de atividades físicas; e controlar os fatores de
risco, como hipertensão, glicemia, tabagismo, obesidade e colesterol. Indica-se
ainda consultar um cardiologista regularmente e realizar exames periódicos que
possam apontar a necessidade de utilização de medicações preventivas.
Fonte: Notícias ao Minuto Brasil