O
Espírito Santo deverá investir R$ 1 bilhão em estradas neste ano, de acordo com
o governador Renato Casagrande, que participou quinta-feira (16) da primeira
reunião do ano do Conselho de Representantes da Findes, na sede da federação. O
governador esteve presente para falar sobre as suas perspectivas para 2020 e a
integração das ações entre Findes e governo do Estado.
“Já
falei com o DER: temos R$ 1 bilhão em rodovias estaduais reservado em
orçamento. Vivemos um novo ciclo de investimentos em infraestrutura no Estado.
Isso garante a nossa eficiência. Temos uma carteira de investimentos com
recursos já em caixa”, disse o governador.
O
orçamento total do Espírito Santo para este ano é de R$ 19,7 bilhões, ou seja
11% a mais que o orçamento anterior. Serão ao todo R$ 1,6 bilhão em
investimentos, considerando recursos próprios e de financiamento do Banco Interamericano
de Desenvolvimento (BID) e Banco Mundial (Bird).
No
encontro com os industriais, o governador traçou um cenário positivo para 2020.
“Em 2019 ainda tivemos altos e baixos. Nosso PIB ficou no zero a zero. Tivemos
problemas com grandes players. A Suzano reduziu a produção por falta de matéria
prima. A Arcelor sofreu com a queda do preço do aço. A Samarco ainda fechada.
Mas em 2020 deve haver uma retomada efetiva do crescimento do Brasil. E se o
país cresce, o Espírito Santo cresce mais que o Brasil. E 2020 aponta para uma
retomada da construção civil, teremos a retomada da Samarco, Vale e Suzano
estão investindo. Então, 2020 aponta para um bom caminho”, disse o governador.
“Mantivemos
uma gestão fiscal equilibrada. O custo da folha cresceu 3%, abaixo da inflação.
Controlamos as despesas: o custeio cresceu 4%. Fizemos a reforma da
previdência. E criamos o Fundo Soberano porque não podemos criar uma
dependência do petróleo e gás. Precisamos de diversidade. O fundo terá R$ 1,4
bi, mas não estou pensando nos quatro anos de nossa gestão. Estamos pensando no
futuro. Vamos financiar projetos da iniciativa privada, mas não é política
social: esses investimentos terão retorno, para capitalizar o fundo e garantir
nosso futuro”, acrescentou Casagrande.
“Temos
um grande trabalho a fazer em educação, inovação, formação profissional, e
devemos nos juntar ao Sistema S, nos juntar ao Senai. As empresas, quando
investem aqui, precisam de mão de obra qualificada. A Britânia, por exemplo,
está fazendo um investimento de R$ 200 milhões em Linhares. São mil
funcionários agora na primeira fase e mais mil depois. Isso exige profissionais
qualificados. A Brinox, por sinal, está elogiando a capacidade dos nossos
profissionais”, disse o governador.
“Precisamos
também trabalhar a relação com Estados vizinhos. Eu e o Léo de Castro estivemos
recentemente em Minas Gerais, na federação das indústrias de lá, para traçar em
conjunto um plano estratégico de desenvolvimento. No dia 17 de fevereiro
teremos outra reunião lá. Por que o antigo Corredor Centro-Leste não se
consolidou? Porque não temos ainda um porto de carga geral. Agora, com o
investimento da Imetame, teremos um porto com 16 metros de calado, em 3 anos. A
Codesa deverá também receber investimentos privados. Ainda não temos o modelo.
Mas o porto em Aracruz, da Imetame, já nos permite chegar em Minas e ofertar
esse roteiro”, destacou Renato Casagrande. O porto da Imetame é um investimento
de R$ 590 milhões, com geração de 350 empregos diretos. O Corredor Centro-Leste
foi um projeto desenvolvido no início dos anos 90, no governo Albuíno Azeredo,
que reunia 7 Estados, entre eles Espírito Santo, Mato Grosso e Goiás, para
escoar a produção pelos portos capixabas.
O
presidente da Findes, Léo de Castro, observou que o Espírito Santo se
diferencia dos demais Estados da federação. “O Estado se consolida como um
Estado que navega de forma diferente. Tem uma agenda importante de
investimentos. Tem uma cultura de paz e de equilíbrio fiscal. Temos um trabalho
de cooperação entre o setor público e a iniciativa privada. Com isso,
construímos um Estado melhor para se investir e as novas gerações têm
perspectivas melhores”, disse Léo de Castro.
Ele
ressaltou também a importância da atuação conjunta entre os governos e
federações de Minas e Espírito Santo para garantir um bom modelo de concessão
da BR 262.
Fonte: ES Fala