O
Relatório de Emprego da Cadeia Produtiva da Saúde, divulgado pelo Instituto de
Estudos de Saúde Suplementar (IESS), revela, em sua primeira edição, que os
empregos formais na cadeia produtiva da saúde, englobando os setores público e
privado, somaram 5,1 milhões no último mês de agosto, o que constitui uma marca
inédita no país.
De
acordo com o relatório, o número de postos de trabalho no setor saúde aumentou
3,4% entre agosto de 2018 e igual mês deste ano, resultando em 3,6 milhões de
trabalhadores com carteira assinada na iniciativa privada e 1,5 milhão de
estatutários na saúde pública.
O
superintendente executivo do IESS, José Cechin, destacou, em entrevista à
Agência Brasil, que o setor de saúde é um bom gerador de emprego. “Enquanto a
economia encolhe, o setor saúde expande”. No mesmo período, o total de postos
de trabalho gerado na economia avançou 1,1%. Excluindo os empregos da saúde, o
incremento registrado na economia como um todo atingiu 0,8%.
Pela
primeira vez, o estudo do IESS inclui dados do setor público, tanto no nível
federal, como estadual e municipal, além do setor privado, englobando toda a
cadeia produtiva da saúde, que inclui médicos, empregados de hospitais, das operadoras
de saúde, indústria farmacêutica, indústria de equipamentos e dispositivos,
laboratórios, clínicas, entre outros segmentos. “Todos que têm a ver com saúde,
diretamente prestando serviço e atendimento à saúde ou produzindo produtos e
serviços que são utilizados na cadeia da saúde. É uma estimativa bastante
ampla”.
Importância da saúde
Segundo
Cechin, essa ideia do tamanho do emprego na saúde “evidencia a importância que
o sistema de saúde tem na economia brasileira”. Informou que o setor saúde
responde por 9,1% do Produto Interno Bruto (PIB, que envolve todos os bens e
serviços produzidos no país) e 11,6% da força de trabalho no Brasil. “Ou seja,
é um setor intensivo em mão de obra, em ocupações”.
Cechin
salientou que mesmo quando o país inteiro perdeu empregos e está com 12 milhões
de desempregados, e também a saúde suplementar perdeu beneficiários, o
investimento na saúde permaneceu. Enfatizou que esses investimentos, ou gastos,
em saúde atraem empregos em todos os seus segmentos. “Em plena crise, a saúde é
um setor que tem expandido empregos e a produção”.
O
diagnóstico apresentado pelo relatório comprova que o Sudeste concentra 46,8%
dos empregos na cadeia produtiva da saúde, ou o equivalente a 5,4% da força de
trabalho total no país. São 1,9 milhão de empregos privados, pelo regime da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e mais 515,5 mil estatutários,
totalizando 2,4 milhões de postos de trabalho, concentrados nos estados de São
Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. “Uma concentração bastante alta da
atividade produtiva de saúde. Quase metade dos empregos da cadeia”.
Em
seguida, aparece a Região Nordeste, com um milhão de empregos, sendo 563,7 mil
CLT e 453,8 mil estatutários. Cechin informou que a penetração de planos de
saúde no Nordeste ainda é pequena. Na Bahia e no Ceará, por exemplo, apenas 9%
e 5% da população, respectivamente, têm planos de saúde, enquanto esse número
alcança 37%, em São Paulo. “No Nordeste tem muito menos planos de saúde, isto
é, menos atividade privada voltada para a saúde e prevalece, quase que meio a
meio, o emprego público ou estatutário nos estados e prefeituras”. Já o Sul é o
oposto. A região se destaca por apresentar o menor número proporcional de
servidores estatutários (155,2 mil) do que celetistas com carteira assinada
(651,9 mil trabalhadores).
Saldo de contratações
O
relatório mostra ainda que nos 12 meses encerrados em agosto passado, o saldo
de contratados na cadeia produtiva da saúde foi de 166,6 mil novos postos de
trabalho. José Cechin afirmou que este dado representa 36,3% dos 458,9 mil
novos empregos gerados no Brasil no mesmo período. “Mais de um terço dos postos
de trabalhos gerados nesse período nasceu da cadeia produtiva da saúde pública
e privada”. Esses postos de trabalho foram gerados no espaço de um ano em todas
as regiões brasileiras, à exceção do Norte e do Sul, que fecharam 2,2 mil vagas
públicas, cada. “Houve uma queda no (emprego) estatutário, nessas duas regiões.
O emprego privado, nas duas (regiões), continuou crescendo”.
A
expectativa do superintendente executivo do IESS é de aumento da ocupação
formal no complexo da saúde no Brasil como um todo, até o final do ano. Ele
acredita que os casos de redução serão pontuais, “não relevantes”, porque as
pessoas estão cada vez mais preocupadas em ter boa saúde e em envelhecer em
boas condições. “A despesa per capita (por indivíduo) com saúde vai continuar
crescendo”. José Cechin avaliou que embora a recessão econômica não tenha
acabado, já existe um ânimo positivo no mercado, sinalizando para uma recuperação
da economia que deverá não só se manter mas, sobretudo, acelerar. “Tudo indica
que tanto o emprego como o investimento em saúde estão em ascensão”.
O
relatório do emprego deverá ser elaborado mensalmente pelo IESS.
Por: Agência Brasil