O órgão
governamental responsável pela avaliação da inclusão de novos medicamentos nas
farmácias do SUS, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (CONITEC),
investiga agora a disponibilização de novas opções para o tratamento e controle
do diabetes. O diabetes é uma doença que afeta 6,9% da população brasileira, o
equivalente a cerca de 13 milhões de pessoas, segundo o Ministério da
Saúde.
O avanço
dessa doença já é uma epidemia global: a OMS estima que o diabetes tipo 2 teve
crescimento próximo a 62% na última década, principalmente, por estar associado
ao envelhecimento da população, aos maus hábitos alimentares e falta de
atividade física. "Na maioria dos casos, o diabetes é uma doença
silenciosa e que, muitas vezes, não possui sintomas claros, gerando falsa
percepção de controle e abandono do tratamento", conta o dr. Rodrigo
Moreira, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
A baixa
adesão às terapias traz consequências graves à saúde, como as doenças que
impactam no funcionamento do coração e dos rins, causando hipertensão,
insuficiência cardíaca e renal, e outras doenças que afetam esses órgãos. Por
tudo isso, o diabetes se tornou uma questão de saúde pública no Brasil. Hoje,
cerca de 7,2 milhões de pacientes recebem medicamento do SUS e o Ministério da
Saúde investirá quase R$ 400 milhões a partir deste ano.
Por ser
uma questão de saúde e interesse públicos, o órgão abre periodicamente
consultas públicas, nas quais toda a sociedade pode exercer o direito de se
manifestar sobre decisões que impactam diretamente o funcionamento do Sistema
Único de Saúde (SUS). "É fundamental ampliar o acesso da população às
novas terapias, uma vez que a doença não faz assepsia de classe social. Todos
precisam alcance ao tratamento mais indicado para si", finaliza o
especialista.
Fonte: Folha Vitoria