Recentemente o Ministério da Saúde divulgou
um alerta sobre um possível novo surto de dengue que pode atingir 11 estados do
Brasil. Isso porque em meados de 2019 o sorotipo 2 da doença voltou a circular
no país, depois de dez anos fora de circulação, e há um potencial expressivo de
pessoas suscetíveis ao contágio.
Nos últimos anos, os vírus do tipo 1 e 4 eram
os que estavam atuando no território brasileiro. Segundo a pasta, no ano
passado os casos registrados subiram 488% em relação ao ano anterior e 782
pessoas morreram em decorrência da dengue.
O médico patologista clínico Celso Granato
explica que a dengue possui quatro sorotipos (variedades) diferentes. “Uma
pessoa que contraiu a dengue de sorotipo 1 estará imune a essa variedade. Mas
ainda está exposta às demais "espécies do vírus".
O especialista lembra que o exame
laboratorial é a única forma de confirmar o diagnóstico de dengue e que os sintomas
podem ser facilmente confundidos com os da Zika ou Chikungunya e a conduta
frente a essas doenças é diferente para cada uma delas, uma vez que o
prognóstico também é diferente.
“A realização do exame laboratorial para
confirmação do diagnóstico é fundamental para que o médico possa prescrever o
tratamento mais adequado ao paciente. O exame também contribui para o controle
do número oficial de casos, uma vez que os aqueles que são apenas suspeitos,
sem confirmação, podem não ser devidamente contabilizados pelos órgãos
competentes”, explica o médico patologista clínico.
A orientação básica para os profissionais dos
laboratórios é de procurar o antígeno do vírus na primeira semana. A partir da
segunda semana, buscar a resposta contra o vírus (anticorpo), considerando a
possibilidade de reações cruzadas, já que Dengue e Zika são causadas por vírus
semelhantes. “Corre-se o risco de fazer um teste para um e não fazer para o
outro, o que pode resultar em uma conclusão errada”, alerta.
Fonte:
Folha Vitoria