Órgão ressalta que aplicativos não substituem procedimentos clínicos. Relógio smart já salvou inúmeras vidas de usuários com problemas no ritmo cardíaco.

Apesar da aprovação, os dois aplicativos ainda não estão disponíveis para os usuários brasileiros. Para que a função possa começar a ser usada nos dispositivos, é preciso que a empresa libere uma atualização. A Apple Brasil foi procurada pelo TechTudo, mas não comentou o assunto.
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Função de ECG ainda não funciona no Brasil — Foto: Reprodução/TechTudo |
Os dois recursos são voltados para saúde e visam manter o usuário informado sobre o ritmo cardíaco. Um deles é o Recurso de Notificação de Ritmo Irregular (RNRI), que analisa os registros de frequência do pulso da pessoa e identifica se a pulsação apresenta atividades atípicas. Caso isso aconteça, o aplicativo então notifica o usuário, prevenindo contra uma possível arritmia.
O outro recurso é o eletrocardiograma (ECG). Ele consegue gerenciar os batimentos cardíacos de maneira similar a de um eletrocardiograma de hospital. O ECG é o que capta os batimentos cardíacos e armazena os dados para que o RNRI consiga analisá-los devidamente e informar o usuário em casos críticos.
A Anvisa destacou alguns pontos que requerem a atenção dos usuários. Ela explicou que o ECG do Apple Watch não substitui o eletrocardiograma hospitalar, já que tem caráter apenas informativo. Além disso, a entidade também alerta aos usuários que o recurso consegue identificar apenas a fibrilação atrial (FA) e não é capaz de detectar outros tipos de arritmia.
O órgão também afirma que o ECG não funciona quando exposto a fortes campos eletromagnéticos. A Anvisa ainda recomenda o uso dos recursos para pessoas de faixa etária superior a 21 anos.
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Jorge Freire registrou seus batimentos cardíacos após receber cuidados médicos — Foto: Reprodução |
Mesmo assim, o relógio já foi responsável por salvar vidas. Como foi o caso do publicitário brasileiro Jorge Freire. O Apple Watch deu o primeiro alerta de que ele estava com o ritmo cardíaco irregular.
O publicitário disse que não estava realizando nenhuma atividade que justificasse aquele ritmo acelerado e rapidamente procurou um médico, que confirmou o quadro de taquicardia. O caso teve grande repercussão no Facebook e até chamou a atenção de Tim Cook, presidente da Apple. O executivo respondeu por e-mail agradecendo o depoimento.
Havia grande expectativa em torno do recurso. A fabricante estudava lançar a tecnologia nos relógios vendidos no Brasil desde outubro do ano passado.