O dólar opera
em forte alta nesta quinta-feira (20), com as atenções dos investidores
voltadas para as discussões em torno do orçamento do governo para 2021 e
preocupações sobre a trajetória das contas públicas, após o Senado
derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro ao reajuste salarial de servidores
públicos.
Às 10h03, a moeda
norte-americana subia 2,20%, vendida a R$ 5,6503. Na máxima até o momento
chegou a R$ 5,6538. Já o dólar turismo era negociado ao redor de R$ 5,90. Veja
mais cotações.
Na véspera, o dólar
fechou em alta de 1,14%, a R$ 5,5287 – maior patamar de fechamento desde 22 de
maio (R$ 5,5842). Na semana, o dólar passou a acumular alta de 1,83%. No
mês, tem alta de 5,97%, e no ano, de 37,88%.
Nesta quinta-feira, o
Banco Central fará leilão de swap tradicional de até 10 mil contratos com vencimento
em março e setembro de 2021.
Cena local e externa
Na noite desta
quarta-feira, o ministro Paulo Guedes, da Economia, criticou a decisão do
Senado de derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro ao reajuste de salários
de servidores durante a pandemia do coronavírus. Ele disse que o Senado
deu "um péssimo sinal" e classificou a decisão como "um crime
contra o país".
O tema ainda precisa
ser analisado pela Câmara dos Deputados, em sessão prevista para esta
quinta-feira.
O congelamento dos
reajustes até o fim de 2021 foi uma contrapartida definida pelo governo, como
resultado de um acordo, para o pacote de socorro de R$ 60 bilhões a estados e
municípios, cujos cofres foram abalados pela pandemia.
No caso de a Câmara
acompanhar a decisão dos senadores, "isso pode comprometer a economia de
R$ 130 bilhões, que eram esperados pela equipe econômica", destacou a
equipe da CM Capital Markets.
“A perspectiva para
as medidas da PEC dos gatilhos, que tem como objetivo principal o enxugamento
da folha de pagamentos com servidores, é muito ruim. Essa é a principal medida
fiscal e se, prosperar, será desidratada. O efeito direto para o teto advém do
impacto que a União terá, que é o menor, porém, o impacto direto, via Estados e
municípios, é grande e pode totalizar cerca de R$ 45 bilhões”, notam os
estrategistas da Tullett Prebon Brasil.
Na cena externa, o
viés era de maior cautela nos mercados após ata da última reunião do Fed
(Federal Reserve, o banco central dos EUA), mostrar que a rápida recuperação do
mercado de trabalho em maio e junho provavelmente abrandou, indicando a
necessidade da manutenção de políticas de estímulo durante um período mais
longo.
O fato de o Fed ter
citado a desvalorização da moeda local na ata de sua reunião continuava reverberando
nos mercados.
Com Informações G1 Globo