O projeto de um casal
de produtores de Colatina é um dos cinco selecionados do concurso
nacional “Ideias Renovadoras: Plantando Árvores e Colhendo Alimentos”,
lançado por meio de um convênio entre a Fundação Renova e a WWF-Brasil para
auxiliar a recuperação da bacia do rio Doce e promover os Sistemas
Agroflorestais (SAF), que combinam espécies florestais com culturas agrícolas
ou pecuária.
Os outros quatro
projetos vencedores ficam em Brasília (DF), Glória do Goitá (PE), Governador
Valadares (MG) e Periquito (MG).A iniciativa selecionada no Espírito Santo foi
a ‘Diversificação Produtiva Agroecológica’, aplicada por Ercílio e Norma Braun
na comunidade de Cascatinha do Pancas, em Colatina. O local tem uma produção
sustentável, com preservação da natureza e de nascentes. Além da grande
variedade de SAF, há também cultivo de abóbora, aipim, arroz, batata, feijão e
milho, que são comercializados em feiras e destinados para alimentação escolar.
O casal contou que
tudo começou quando eles foram incluídos no programa Reflorestar, do Governo do
Estado, em 2015, para receber Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) pelo
plantio de árvores nativas e frutíferas. “A gente já tinha o cuidado com a
natureza, com as nascentes, buscando sempre uma produção sustentável, mas com o
Reflorestar, pudemos aumentar ainda mais essas iniciativas”, contaram os produtores.
A propriedade capixaba possui 42 hectares de mata preservada, 11 de regeneração
natural com SAF e mais um às margens de córrego com espécies nativas e
frutíferas.
O projeto é exemplo
na região e recebe estudantes e pesquisadores para visitas e estágios sobre
conservação e conscientização. “Falamos e mostramos a importância de se
conservar, e eles conhecem as ações, aprendendo na prática. É o retorno mínimo
que podemos dar para contribuir”, explicou Ercílio Braun.
O concurso, que tem o
Instituto Terra e o Centro de Pesquisa Internacional Agroflorestal (ICRAF) como
parceiros, recebeu 131 inscrições de projetos de todo o país. Os vencedores
irão receber uma premiação no valor de R$ 6 mil e participarão de um processo
de imersão online ao lado de especialistas para melhoria de suas práticas e
desenvolvimento de novos arranjos produtivos de SAF, que poderão ser
implantadas para recuperação florestal da bacia do rio Doce.
Dos cerca de 40 mil
hectares de área que serão reflorestados pela Fundação Renova, aproximadamente
10 mil poderão ser destinados ao plantio com fins econômicos. “Essa
expertise dos projetos trará uma oportunidade para os produtores da bacia
preservarem suas áreas, melhorarem a qualidade da água e do solo e até mesmo
desenvolverem atividades voltadas para a geração de renda”, diz Felipe
Drummond, especialista de Uso Sustentável da Terra da Fundação
Renova.
Com Informações ES Fala