Detectada inicialmente
na Índia, a cepa já está presente em 92 países, segundo a Organização Mundial
de Saúde (OMS)
Um
estudo liderado pela Universidade de Oxford, do Reino Unido, com a participação
da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apontou que a variante Delta pode aumentar
os riscos de reinfecção pelo novo coronavírus. Detectada inicialmente na Índia,
a cepa já está presente em 92 países, segundo a Organização Mundial de Saúde
(OMS), e, até o momento, é responsável por duas mortes no Brasil.
A
pesquisa, publicada pela revista científica Cell em junho, aponta que
o soro de pessoas previamente infectadas por outras variantes é menos potente
contra a Delta (B.1.617). Os piores resultados foram encontrados em pacientes
expostos à Gama (P.1), identificada originalmente em Manaus e dominante no
Brasil, e à Beta (B.1.351), registrada pela primeira vez na África do Sul.
Nestes casos, a capacidade dos anticorpos neutralizarem a Delta é 11 vezes
menor.
O
estudo revela ainda que as vacinas de RNA mensageiro e vetor viral, como a
Pfizer/BioNTech e a Oxford/AstraZeneca, continuam eficazes contra a infecção
pela cepa. A eficácia, porém, apresenta redução; é 4,3 vezes menor para o
imunizante da AstraZeneca e 2,5 vezes menor para o da Pfizer. Os pesquisadores
ressaltam que os resultados são semelhantes aos verificados com as variantes
Gama e Alfa (B.1.1.7), originária do Reino Unido.
A
redução da eficácia é causada por uma mutação sofrida pelo vírus na proteína
spike, a coroa que se liga à célula humana. Segundo os cientistas, na Delta há
uma maior afinidade com os receptores celulares do que em outras linhagens que
circularam no início da pandemia. Por outro lado, a afinidade da Delta é
inferior à verificada em outras variantes de preocupação. Atualmente, a OMS
engloba quatro cepas nesta classificação: Alfa, Beta, Gama e Delta.
"Parece
provável, a partir desses resultados, que as vacinas atuais de RNA e vetor
viral fornecerão proteção contra a linhagem B.1.617 (que possui três
sublinhagens, incluindo a variante Delta), embora um aumento nas infecções
possa ocorrer como resultado da capacidade de neutralização reduzida dos
soros", afirmam os pesquisadores.
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