Casa onde o advogado residia foi cercada pelos policiais em Fradinhos |
O advogado Hugo Miguel Nunes, de 37 anos, teve a casa cercada por policiais civis durante uma ação para cumprimento de um mandado de prisão preventiva na noite da última quinta-feira (16) no bairro Fradinhos, em Vitória.
De acordo com o mandado, o advogado é investigado por tráfico de drogas pela Justiça de Minas Gerais. O processo corre em segredo de Justiça na Vara Única da Comarca de Divino.
A equipe da Delegacia Especializada de Narcóticos (Denarc) de Guarapari, que também investigava o advogado, foi acionada pela polícia de Minas para que realizasse a prisão. Agentes cercaram a casa onde Hugo Nunes estava morando em Fradinhos após receberem a informação de que ele estaria no local.
Membros da Comissão de Prerrogativas da Ordem de Advogados do Brasil no Espírito Santo (OAB-ES) também acompanharam a ação.
"Tentamos de tudo. Não houve tempo hábil para realizar o cerco. Nós chegamos após às 18h e a família não autorizou a nossa entrada. Acreditamos que ele fugiu pouco tempo antes da nossa chegada", explicou o delegado Guilherme Eugênio, titular da Denarc de Guarapari.
De acordo com a lei, o policial que estiver cumprindo mandado de prisão durante a noite deve intimar o morador para que a entrada seja autorizada. Caso o morador não autorize, o policial pode entrar à força somente ao amanhecer.
Ainda segundo o delegado, a família autorizou a entrada pouco depois das 23h, no entanto, o advogado não foi localizado dentro da casa.
Foragido defendia advogada condenada a 33 anos de prisão
Consta no site do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) que Hugo era advogado de Márcia Borlini Marin Sanches, condenada a 33 anos de prisão por levar drogas para dentro de presídios do Estado.
Ainda durante a noite da última quinta-feira (16), o Folha Vitória tentou contato com o advogado para conseguir um posicionamento a respeito da condenação de Márcia, mas as ligações não foram atendidas.
A sentença que condenou Marcia Borlini Marim Sanches e Joyce da Silva Boroto foi assinada pelo juiz Eliezer Mattos Scherrer Junior, da 1ª Vara Criminal de Guarapari.
Além das advogadas, outras cinco pessoas envolvidas no esquema foram condenadas, mas com penas menores. Entre elas, está Rogério Alvarenga Carvalho Silva, namorado de Márcia e apontado como um dos líderes do tráfico da região de Nova Brasília, em Cariacica.
Advogada Márcia Borlini foi condenada a 33 anos de prisão - Foto: Reprodução |
Os condenados foram investigados pela Delegacia Especializada de Narcóticos (Denarc) de Guarapari durante a operação "Vade Mecum", deflagrada em setembro do ano passado.
O objetivo foi desmantelar uma organização criminosa suspeita de vender drogas para internos do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Guarapari.
As investigações começaram após um inspetor penitenciário do CDP de Guarapari denunciar que havia recebido propina de Joyce para levar drogas para dentro do presídio e entregá-las a Rogério, que faria a distribuição entre os demais detentos.
O inspetor passou a atuar como agente infiltrado, dentro do presídio, e ajudou a polícia a flagrar o tráfico de drogas no local.
Fonte: Folha Vitória