Pouso da nave da SpaceX no Oceano Atlântico — Foto: Reprodução/Twitter |
A Inspiration4, histórica missão espacial de 3 dias orbitando a Terra, chegou ao fim neste sábado (18), por volta das 20h (horário de Brasília), com o pouso da nave Dragon no Oceano Atlântico. Com isso, a SpaceX e seu dono, Elon Musk, tomam a dianteira na "corrida" bilionária da exploração do turismo espacial.
O pouso
Depois do terceiro dia orbitando a terra, onde alcançou uma velocidade de 27 mil km/h, a nave preparou o retorno.
Primeiro, a cápsula se livrou do "porta-malas" que estava acoplado à cabine dos tripulantes. Em seguida, girou 180 graus, inclinando-se para alcançar a rota correta de reentrada na Terra. Ao passar pela atmosfera, foram abertos os quatro paraquedas que ampararam a descida até o Oceano Atlântico.
A Dragon aterrissou na costa da Flórida, em segurança. Minutos depois, a cápsula foi retirada da água e colocada em uma plataforma marítima, até finalmente as comportas da cabine serem abertas para a saída dos quatro tripulantes.
Um a um, os viajantes foram saindo da nave, amparados pela equipe de resgate da SpaceX. Os quatro foram diretamente para uma bateria de exames médicos na própria plataforma.
A viagem Inspiration4 arrecadou U$ 157 milhões, que serão doados a um hospital de tratamento de câncer pediátrico nos Estados Unidos.
Por que é histórica
Além disso, a missão é um marco no turismo espacial por pelo menos dois motivos:
- tem a primeira tripulação só de civis a alcançar a órbita da Terra - não há nenhum astronauta profissional a bordo;
- são os humanos que chegaram mais longe desde o programa Apollo, da Nasa, que levou o homem à Lua e foi encerrado nos anos 70.
Não à toa, Elon Musk, que não faz parte da tripulação, foi cumprimentado por seus "rivais".
Richard Branson, da Virgin Galactic, que pode ser chamado de pioneiro do turismo espacial por ter feito um voo apenas 2 meses antes, escreveu: "Parabéns a Elon Musk e à tripulação SpaceX Inspiration4 por alcançar a órbita, outro grande momento para a exploração espacial".
Isso porque, apesar de ser o primeiro, o voo de Branson, feito em um misto de avião com foguete, não chegou à órbita da Terra, sendo chamado de suborbital. O mesmo aconteceu com Jeff Bezos, em agosto, a bordo da nave da sua empresa Blue Origin.
Se não foi o pioneiro, Bezos marcou por sua tripulação ser a primeira sem astronautas profissionais. E também por ter a pessoa mais jovem e a mais velha a irem ao espaço.
Mas cabe à empresa de Musk o feito do voo mais longo com civis, que foi além da distância do telescópio Hubble e da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), alcançando velocidade 22 vezes maior que a do som, enquanto os demais não passaram nem uma hora nos voos suborbitais.
Fonte: G1