Pastor é afastado da igreja após denúncia de assédio contra criança


Após denúncia de assédio sexual feita pela própria filha, uma universitária, de 21 anos, um pastor evangélico, de 50 anos, que atua em igrejas de Anchieta e Piúma, litoral Sul do Estado, foi afastado da igreja.

Na Delegacia de Anchieta, o pastor e a mulher foram ouvidos. A Polícia Civil pediu medida protetiva em favor da universitária, que foi concedida pela Justiça. O pastor é proibido de se aproximar da estudante no limite de 100 metros.

A universitária é filha adotiva. Foi adotada aos 11 anos, e revela que os abusos começaram logo após a adoção. “Foram mais de 10 anos de abuso. Ele sempre me tocou”, afirmou.

Ela lembra como foi a primeira noite na casa do pastor. “Ele deitou comigo. Eu achei estranho, mas não cheguei a interpretar como algo estranho, já que eu nunca tinha tido uma figura masculina na minha vida. Achei que pudesse ser afeto. Não lembro se houve toque, mas ele ficou abraçado comigo de ‘conchinha’ e eu fiquei parada. E na época eu só pensei: eu tenho pai e é isso”, lembrou.

Ao longo dos 10 anos com os pais, a universitária conta que os episódios de assédio chegaram a acontecer quase toda semana, e em algumas ocasiões até mais de uma vez no mesmo dia.

“Eu dizia que não queria, mas ele não se importava. Ele esfregava o órgão genital dele em mim, e também ficava me estimulando. Mesmo sem consentir, quando mais velha acabava sentindo prazer natural. E ele sempre soube que isso era errado, porque ele fazia e depois me pedia perdão. Ele já me pediu perdão até na frente da igreja”, declarou.

Além da denúncia na polícia, a universitária entregou uma carta à igreja. Nas cinco páginas, ela descreve que os estupros aconteciam quando a mãe não estava em casa, e não conseguia contar para ninguém. Somente agora, como estudante de Direito, é que decidiu falar.

“As únicas pessoas que eu tinha na vida eram ele e ela (os pais). Todos os amigos que eu teoricamente tinha eram amigos deles também. Eu não via oportunidade para contar isso a ninguém, e os estupros continuavam se perpetuando, e ficavam piores a cada dia. Até mesmo a psicóloga era amiga deles”.

Fonte: Tribuna online


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