Em 2021, a inflação medida pelo IPCA já acumula alta de 5,67%. No acumulado de 12 meses, o resultado atingiu a marca de 9,68%. No ramo de alimentos e bebidas, um setor diretamente ligado ao agronegócio, a alta de 1,39% em agosto ficou acima da registrada no mês anterior (+0,60%) e acima da evolução do índice geral em 0,87%.
Por que a inflação de ramos ligados ao agro está tão alta?
Em geral, a inflação ligada ao agronegócio está sob forte influência de três fatores, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA-Esalq/USP). Primeiramente, a alta no dólar ao longo de 2020 e no início de 2021 influenciou diretamente nos custos de produção, mesmo que tenha beneficiado os produtores exportadores.
Além disso, com o consumo desproporcional ao redor do globo, guiado pela retomada econômica desigual entre países, as cadeias globais de produção seguem em desbalanço, o que também influencia nos preços dos insumos e do transporte de mercadorias, envolvendo o agro.
Ainda, a crise hídrica, que também vem causando impactos no setor energético, vem prejudicando o setor em termos de custos da energia elétrica e abastecimento de água. Nesse sentido, tanto o plantio quanto as colheitas.
Um outro termômetro para os preços aos produtores é outro indicador de inflação, o índice de Preços ao Produtor do IBGE, que cresceu 1,86% em agosto e acumula no ano e em 12 meses 23,55% e 33,08%, respectivamente. E, na prática, esse aumento de despesas para os produtores é repassado para os consumidores finais.
Mas como isso impacta a sua vida?
Para você, esses movimentos afetam o dia a dia. Sua de café da manhã fica mais cara, a carne do almoço tem fortes aumentos de preço e até mesmo o cafézinho da tarde ganha um peso considerável no seu bolso.
Por isso, entender os movimentos da inflação, principalmente nas categorias que mais pesam no seu orçamento é fundamental. Mas vale lembrar, hoje, com grande parte dos produtos em alta, a alternativa para o consumidor é mudar momentaneamente o padrão de consumo e buscar produtos mais baratos.
Fonte: Folha Vitória