Por conta da pandemia, mulher é obrigada a se casar com sogro


A advogada Paula Souza Sabatini Brandão, de 40 anos, teve que se casar com seu sogro para oficializar a união com o noivo, Guilherme Augusto Brandão Silva, também de 40 anos, que morava na Holanda. O caso teve o desenrolar inusitado por conta da pandemia, como contou a advogada no programa “Que história é essa, Porchat“.

Paula lembra que conheceu o noivo por um aplicativo de paquera, logo no início da pandemia. Na época, no entanto, o casal resolveu não se encontrar pessoalmente em função do coronavírus, e manteve apenas encontros virtuais.

“A gente começou a conversar, foi ganhando intimidade. Mas toda vez que a gente combinava de se encontrar, eu ficava com medo. Eu pensava: ‘Ele é um cara legal, estou gostando dele, a gente vai acabar querendo tirar a máscara’. Aí, eu acabava desistindo, mas deixava claro que era exclusivamente por causa da pandemia”, relembra.

Após meses de encontros virtuais, Paula finalmente decidiu conhecer Guilherme pessoalmente. Um novo problema, no entanto, surgiu: ele foi transferido para a Holanda no trabalho e os encontros tiveram que ser, novamente, adiados.

“A gente tentou que ele viesse, mas a empresa não recebeu bem porque estava aquela loucura dos índices da pandemia por aqui. E eu não podia ir porque o voo para lá estava banido”, conta.

Brecha

A única brecha para que Paula conseguisse entrar na Holanda era comprovar que estava em um relacionamento sério com um morador do país. E, sem fotos ou passagens de viagens anteriores juntos, restou apenas uma alternativa para o casal: a declaração dos parentes.

A estratégia funcionou e, em 4 de outubro de 2020, Guilherme e Paula se encontraram pela primeira vez. “A tecnologia foi muito boa. A gente já tinha se conhecido de uma maneira que poucas se conhecem em encontros [presenciais]. Então, não teve susto quando a gente se encontrou. Até o apartamento dele eu já conhecia”, contou.

Paula, entretanto, trabalhava no Brasil e suas viagens à Holanda foram canceladas após a piora na pandemia fazer com que o país suspendesse a entrada de brasileiros. E foi nesse momento que Guilherme pediu a advogada em casamento.

Sem o noivo no Brasil, Paula teve que usar um artifício inusitado para se casar com Guilherme: usou o sogro, Augusto Silva Filho, como representante legal do noivo na cerimônia de casamento.

“Ele topou na hora, ficou animadíssimo. Ele adora uma função, mas quando a gente foi para o cartório, ele me perguntou que loucura toda era essa. Isso na porta do cartório. Falei para ele perguntar ao filho dele, que tinha me pedido em casamento”, conta Paula.

Para a cerimônia, que Guilherme acompanhou por videochamada, a noiva chegou a comprar o pacote completo de fotos e flores. “Eu tentava explicar que não queria nada, porque ele não era o noivo. Mas ninguém entendia nada, por causa das máscaras e da história mesmo. E, no fim, eu me rendi, caí em tudo. Até o ramalhete mais caro minha mãe escolheu”, conta.

“Mas fiquei esperando minha lua de mel porque não queria que fosse por procuração”, brinca Paula.

Apenas em maio, o casal conseguiu celebrar o casamento juntos. No entanto, Paula e Guilherme enfrentaram um novo desafio desde então. Ele recebeu uma proposta de emprego e se mudou para o Catar.

“Nem pandemia, esse vírus doido, distância intercontinental. Nada conseguiu nos impedir, porque a gente estava comprometido em fazer dar certo. E valeu muito”, conta Paula, que já estáde malas prontas para encontrar Guilherme no Oriente Médio.

Fonte: Metrópoles
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