Quatro suspeitos de integrarem uma organização criminosa que capturava animais silvestres em matas do Espírito Santo para vendê-los foram presos. Segundo as investigações, os caçadores matavam as macacas para conseguir pegar os filhotes.
De acordo com o superintendente da Polícia Federal no Estado, delegado Eugênio Ricas, a ação dos criminosos reforça a crueldade e agrava os danos ambientais.
"Os filhotes de macacos eram retirados do meio ambiente. Para que eles conseguissem fazer isso, os caçadores tinham que matar as mães, reforçando os maus-tratos, a crueldade e os danos ao meio ambiente", disse.
A operação foi deflagrada na manhã desta terça-feira (09) pela Polícia Federal e contou com apoio de servidores do Ibama do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, além de equipes do ICMBio.
Além dos macacos, os papagaios também eram alvo dos criminosos. Vários filhotes foram encontrados durante a ação. A maior parte dos animais traficados pelo grupo é de uma espécie em extinção.
Entre os presos, segundo a polícia, três são caçadores. As prisões aconteceram no Norte do Espírito Santo. Os suspeitos foram presos em propriedades de Vila Valério, São Gabriel da Palha, Nova Venécia e Águia Branca. Ao todo, 13 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
Animais capturados no ES eram vendidos para intermediários do Rio de Janeiro
As investigações da Polícia Federal começaram há cerca de um ano. Há suspeita é que os animais eram capturados no interior da Reserva Biológica de Sooretama ou no entorno.
Os animais silvestres, de acordo com a polícia, eram passados pelos caçadores para um intermediário, que fazia o contato com uma outra pessoa no Rio de Janeiro.
"Os caçadores retiravam esses da natureza e vendia por R$ 100 para um intermediário do Espírito Santo, que foi preso. Ele vendia esses animais por R$ 150 para um intermediário do Rio de Janeiro e essa pessoa revendia para o consumidor final por até R$ 3 mil", explicou o delegado.
A organização criminosa, segundo a polícia, existe há cerca de 15 anos. Só no ano passado, 55 filhotes de papagaios foram capturados.
"Fazendo uma estimativa por alto, ao longo de 10 anos podem ser que mais de 100 mil animais deixaram de ter nascido", disse.
Os suspeitos presos foram autuados. As investigações, de acordo com a Polícia Federal, vão continuar. A polícia ressaltou que quem compra animais silvestres sem autorização também está cometendo um crime.
Fonte: TV Vitória/Record TV.
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