Página para alertar consumidores sobre falsas promoções chama a atenção no ES



Um morador de Cariacica criou uma página nas redes sociais para ajudar os consumidores a não caírem em falsas promoções durante as compras. Foto: Reprodução/Facebook


"Durante as aulas de marketing na faculdade, eu fiz um trabalho sobre os direitos do consumidor. Eu passei isso para as redes sociais e resolvi lutar pelo direito do consumidor no que diz respeito as falsas propagandas nos supermercados", disse.
José Carlos Simão, de 40 anos, teve a ideia para criar a página durante uma aula do curso de Administração.


O grupo "Em Defesa do Consumidor" já tem mais de 400 membros. Nele, as pessoas podem compartilhar informações que servem de alerta para os consumidores não serem prejudicados.

José explica que muitas vezes os estabelecimentos compram produtos mais baratos dos fabricantes e revendem com o preço integral. "Na página, eu explico, fotografo, faço os cálculos e explico para as pessoas o que acontece", contou.

Um dos produtos que ele já flagrou com preço irregular foi o enxaguante bucal. Na embalagem, há a informação destacada de que o consumidor levaria 500ml e pagaria 350ml. O preço desta embalagem estava sendo vendido em um supermercado de Itacibá, em Cariacica, por R$ 20,98.

Já o enxaguante de 500ml sem a embalagem promocional estava sendo vendido a R$ 24,98 no mesmo supermercado. Com base no preço integral desta embalagem, o enxaguante promocional deveria ser vendido por cerca de R$ 17,50.

José destacou que um dos objetivos da página é fazer com que as pessoas fiquem atentas ao que é anunciado para não sair no prejuízo na hora das compras.

"A intenção é fazer com que as pessoas façam os cálculos para saber se realmente estão levando algo promocional ou se é apenas uma estratégia de marketing para enganar e fazer com que as pessoas comprem os produtos destacados na promoção, quando, na verdade, eles são mais caros", destacou.

Falsas promoções: prática é considerada irregular

Segundo o diretor-presidente do Procon-ES, Rogério Athayde, as falsas promoções são irregulares. Tanto o supermercado, quanto o fabricante podem ser responsabilizados.

"Se o supermercado vender o produto que traga danos aos consumidores, ele pode ser responsabilizado sozinho. Mas, nesse caso, quando as promoções estão nos rótulos, a responsabilidade é compartilhada", disse.

A nova lei implementada no Espírito Santo irá ajudar a fiscalizar essa e outras irregularidades nos estabelecimentos.

"A lei vem de encontro ao direito da informação. Ela é importante porque o consumidor pode fazer as denunciar e ver questões não apenas relacionadas ao preço, mas à validade dos produtos, às normas técnicas e à origem dos produtos", explicou.

Rogério acredita que a legislação também traz benefícios para os comerciantes. "Eu acredito que os comerciantes não vão se opor que os clientes fotografem. Eles querem dar transferência ao seu negócio e, desta forma, poderão reforçar a confiança de seus clientes", disse.

Como denunciar irregularidades?

O diretor-presidente lembra que o Procon-ES tem um canal para tirar dúvidas e receber denúncias dos consumidores. Rogério destaca que as pessoas que flagrarem irregularidades devem denunciar.

"Elas podem e devem denunciar. O Procon Estadual tem uma ferramenta para atendimento dos consumidores. Temos um servidor que analisa caso a caso. Nossa equipe vai aos locais para apurar as denúncias", frisou.

As denúncias podem ser feitas pelo Whatsapp (27) 3323-6237, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17 horas, exceto feriados.

Veja dicas para ficar atento na hora das compras

- Pesquise os preços em outros estabelecimentos antes de comprar;

- Faça os cálculos para comparar o preço dos produtos com tamanhos de embalagem diferentes. Identifique o valor por litro ou por grama para saber qual embalagem é mais vantajosa;

- Confirme a data de validade dos produtos antes de comprar, principalmente, quando houver promoções. Muitos estabelecimentos costumam baixar os preços quando o produto está próximo da data de vencimento;

- Verifique as informações do rótulo. Às vezes, os produtos têm embalagens que chamam a atenção para um ingrediente específico, o que pode confundir o consumidor.

Fonte: Folha Vitória


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