Criança, de nove anos, vive Natal especial e celebra a possibilidade de andar de bicicleta. 'Você via todo mundo brincando correndo e ela sentada no cantinho', disse tia que ajudou a escrever a carta.
Júlia Vitória, de nove anos, está vivendo um Natal especial. Ela escreveu uma cartinha para o Papai Noel com a ajuda da tia e mandou, pelos Correios, o pedido de uma prótese para a perna direita. Com o presente, a menina, moradora de Magé, na Baixada Fluminense, está podendo brincar como sempre sonhou.
“Agora eu consigo brincar de bicicleta. Faz muito tempo que eu não ando. Como agora eu consigo andar, vai desempoeirar”, contou Júlia.
Ana Paula Brum, a tia que ajudou a escrever a cartinha, conta que já ficou muitas vezes com o coração apertado por causa das dificuldades pelas quais a sobrinha passava.
“Era bem complicado, muitas coisas ela não podia fazer pois não tinha como levar a cadeira de rodas, não fechava. Você via todo mundo brincando correndo e ela sentada no cantinho”, disse a tia da menina.
A família entregou a cartinha para os Correios e o Bom Velhinho teve uma ajuda especial da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico.
Liberdade
Júlia e a avó viajaram cerca de 500 quilômetros até o interior de São Paulo para buscar o presente.
“Feliz Natal. Que você usufrua muito da sua nova prótese, um grande abraço de todos nós”, afirmou William Belangero, presidente da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico.
Com a nova prótese, Júlia usufrui de uma liberdade que nunca teve.
“Eu estou muito feliz que eu ganhei a minha perna. Agora eu posso brincar, ir para a escola, agora eu posso fazer tudo”, contou Júlia.
A menina terá acompanhamento para que o presente sempre condições adequadas.
“Ela consegue usar essa mesma prótese durante dois anos, fazendo alguns ajustes. Então a minha intenção é adotar essa menina, a Julinha, e poder acompanhar o crescimento para que ela sempre esteja em condições de uso”, disse o médico responsável pela menina .
Luta
A história de Júlia Vitória é marcada por muitas lutas. Ela nasceu prematura e já fez mais cirurgias do que aniversários.
Ainda assim, ela não descuida dos estudos. Passou de ano com 9 de média na escola.
“Ela faz coisas que, às vezes, o médico nem vê que ela não tem pé. Ela faz coisas que crianças que têm as duas pernas não fazem. Ela é um exemplo de vida, ela é feliz”, disse Débora de Lima Brum, avó da menina.
Para Júlia, é preciso ter fé.
“Se você não acreditar não vai ganhar nada. Tem que acreditar no Papai Noel”
Fonte: G1
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