No Brasil, a Anvisa já autorizou o uso do imunizante da Pfizer para crianças da mesma faixa etária, mas o governo do presidente Jair Bolsonaro tem resistido a iniciar a imunização.
Menino recebe dose da vacina da Pfizer contra a Covid-19 em Roma, na Itália, em 15 de dezembro, dia que marcou o início da vacinação de crianças contra a doença na Europa — Foto: Andrew Medichini/AP
A França inicia nesta quarta-feira (22) a campanha de vacinação contra a Covid-19 de crianças de 5 a 11 anos. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde francês, Olivier Véran.
Diversos países já vacinam crianças nesta faixa etária com a imunizante da Pfizer, como Estados Unidos, Israel (desde novembro), Alemanha, Grécia, Itália, Hungria e Portugal. A China e o Chile já aplicam a CoronaVac em crianças desde junho e setembro, respectivamente (veja mais abaixo).
No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou na semana passada a vacina da Pfizer para crianças da mesma faixa etária, mas o governo do presidente Jair Bolsonaro tem resistido a iniciar a imunização.
Na segunda-feira (20), o ministro da Saúde brasileiro, Marcelo Queiroga, afirmou que "a pressa é inimiga da perfeição" e que ainda esperava documentos da Anvisa (veja no vídeo abaixo). Queiroga disse também que só vai tomar uma decisão em janeiro.
A agência rebateu as declarações do ministro, e entidades médicas e especialistas têm criticado a lentidão do governo.
Queiroga diz que ministério espera documentos da Anvisa sobre imunização de crianças; agência rebate
Veja abaixo como está a vacinação contra a Covid-19 em crianças pelo mundo:
- China: aprovou o uso da CoronaVac para crianças a partir de 3 anos em 8 de junho
- Chile: começou a vacinar crianças entre 6 e 12 anos com a CoronaVac em 14 de setembro
- EUA: vacinam crianças de 5 a 11 anos desde 3 de novembro
- Israel: crianças de 5 a 11 anos desde 23 de novembro
- Alemanha, Grécia, Hungria, Itália e outros países europeus: imunizam crianças de 5 a 11 anos desde 15 de dezembro
- Portugal: iniciou a vacinação de crianças de 5 a 11 anos no sábado (18)
Covid-19 na França
Na França, a ministra do Trabalho, Élisabeth Borne, pediu às empresas que "acelerem" a volta ao trabalho remoto devido à alta de casos de Covid-19 e que elas se preparem para ampliar a medida após as festas de fim de ano, adotando-a de 3 a 4 dias por semana.
A onda de contágios provocada pela variante ômicron avança com rapidez na França, a poucos dias do Natal, e quase 20% dos casos já são da nova cepa, que é muito contagiosa (eram 10% na semana anterior).
A taxa de incidência da Covid-19 alcançou um recorde no país, com 545 casos por semana a cada 100 mil habitantes (e quase o dobro disso em Paris).
Jovens com máscaras para se proteger da Covid-19 caminham em frente à Torre Eiffel, em Paris, na França, em 21 de dezembro de 2021 — Foto: Michel Euler/AP
Diante da explosão de contágio, o ministro da Saúde francês, Olivier Veran, afirmou também nesta quarta que o país pode registrar em breve 100 mil novos infectados por dia.
Mas o ministro afirmou que o governo do presidente Emmanuel Macron não planeja introduzir novas restrições por enquanto, mas sim apostar no reforço da vacinação (ele espera a aplicação de até 23 milhões de doses até o Natal).
"O objetivo não é reduzir a velocidade de propagação do vírus, porque a variante é muito contagiosa. O objetivo é limitar o risco de casos graves que sobrecarregam os hospitais", disse Veran. "É por isso que estamos agindo rapidamente em doses de reforço".
Fonte: G1