Samu do ES tem mais de 90 mil trotes entre janeiro e novembro de 2021


O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) tem como objetivo chegar rapidamente à vítima de alguma situação de urgência ou emergência para socorrê-la. O atendimento pode ajudar a salvar vidas. Mas, infelizmente, tem quem leve o trabalho dos profissionais deste serviço na brincadeira.

De acordo com dados da Coordenação do Samu, de janeiro a novembro deste ano, cerca de 96 mil trotes foram realizados ao 192. As ligações com informações falsas representam 17% do total de ligações recebidas pelo serviço.

Quem faz esse tipo de irregularidade pode ser penalizado. De acordo com o artigo 266 do Código Penal Brasileiro, passar trote para serviços de emergência é crime e o infrator pode pegar uma pena de um a seis meses de detenção.

A coordenadora médica do núcleo, Sara Soares Lima, orienta para que a população não utilize o recurso para brincar.

"Porque é uma brincadeira de muito mau gosto. É pensar muito bem naquilo que estou fazendo, pois pode custar a vida de uma outra pessoa, que realmente precisa utilizar a linha e o serviço, isto é, o uso inadequado pode atrapalhar o uso para uma emergência", explicou.

A coordenadora destacou ainda a importância de a população conhecer, de forma educativa, as possibilidades de atendimento do Samu 192, especialmente nos 50 novos municípios que receberão o serviço em 2021.

“Estamos nesse processo educativo do uso do Samu 192 para que a população compreenda qual é o atendimento prestado, as orientações e o que não é de competência do serviço. Entender que, ao ver a ambulância no município, sabe-se que o recurso não está parado, mas pronto para um atendimento dentro do protocolo de urgência e emergência”, acrescentou.

Quando não chamar o Samu 192?

Todas as situações que não se caracterize urgência ou emergência médica e que leve ao uso inadequado do recurso, como, por exemplo:

- Febre prolongada;
- dores crônicas;
- vômito e diarréia;
- levar pacientes para consulta médica ou para realizar exames;
- transporte de morto;
- dor de dente;
- transferência sem regulação médica prévia;
- trocas de sonda;
- corte com pouco sangramento,
- entorses (luxações leves que não demandam socorro imediato);
- cólicas renais;
- transportes inter-hospitalares de pacientes de convênio;

Samu está apto a atender quais ocorrências?

- Problemas cardiorrespiratórios (parada cardíaca; parada respiratória, mal súbito);
- intoxicação exógena e envenenamento (overdose por medicamentos, por drogas ilícitas; ingestão de líquidos tóxicos);
- queimaduras graves;
- falta de ar (pessoa não consegue falar uma frase completa; ou lábios e dedos roxos);
- maus-tratos (agressão com múltiplas fraturas; espancamentos; estupros com lesões);
- trabalhos de parto em que haja risco de morte da mãe ou do feto;
-tentativas de suicídio em que houve dano à vida;
- crises hipertensivas com sintomas cardíacos e ou de consciência e dores no peito de aparecimento súbito;
- quando houver acidentes/traumas com vítimas;
- afogamentos;
- choque elétrico com vítimas;
- acidentes com produtos perigosos (uso de produtos inflamáveis que ocasione queimaduras ou intoxicações);
- suspeita de Infarto ou AVC (alteração súbita na fala, perda de força em um lado do corpo e desvio da comissura labial são os sintomas mais comuns);
- agressão por arma de fogo ou arma branca;
- soterramento ou desabamento com vítimas;
- crises convulsivas repetidas;
- engasgos (obstruição de forma que a pessoa não consiga falar; fica cianótica – cor azulada);
- outras situações consideradas de urgência ou emergência, com risco de morte, sequela ou sofrimento intenso.

O atendimento do Samu 192 já se inicia a partir do chamado telefônico. A ligação é gratuita para telefones fixo e móvel.

“Ao ligar para o 192, o cidadão está acionando um recurso médico, em que este profissional atende o solicitante, avalia o quadro e dá orientações relacionadas ao caso, acionando o recurso adequado para a solicitação. Os chamados do Samu 192 são classificados priorizando as situações de urgência e emergência com risco à vida”, explicou a coordenadora médica do núcleo.
Fonte: Folha Vitória


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