Eduardo Dalla Bernardina, 10 anos, em foto com as muletas - Foto: acervo da família |
Durante uma viagem, uma família do Espírito Santo acabou esquecendo no avião um par de muletas usadas por Eduardo Dalla Bernardina, uma criança de 10 anos que tem paralisia cerebral.
As ferramentas de apoio do menino foram esquecidas durante o voo da empresa de aviação Azul entre Belo Horizonte, em Minas Gerais, e Aracaju, em Sergipe.
O pai de Eduardo, Rodrigo Monteiro, usou as redes sociais para fazer um apelo ao internautas para ajudar nas buscas pelas muletas. Na legenda do vídeo, Rodrigo pede a sensibilidade da empresa para ajudar na busca.
"Ligamos para a Azul e fomos informados que tentarão encontrar, porém, a responsabilidade não é deles. Contamos com a sensibilidade da Azul para nos ajudar a encontrar as muletas que são tão importantes para o Edu".
No vídeo publicado pelo pai, Eduardo demonstra a extrema importância das muletas em seu dia.
"Essas muletas são minha liberdade, então eu preciso delas. Pois é com elas que eu consigo descer da cadeira".
A advogada Daniela Borges, mãe de Eduardo, conta que o filho usa as muletas para percorrer pequenas distâncias e para fisioterapia, além do objeto melhorar a postura e contribuir para a independência dele.
Foto: Daniela Borges/Arquivo Pessoal |
"A muleta significa mais independência para ele. A maior parte do tempo ele está na cadeira de rodas, mas usamos as muletas para várias coisas. Por exemplo, estamos numa viagem de férias numa praia em que a areia é mais dura e tem escadas, então a cadeira de rodas não chega aqui".
Daniela narra que com as muletas, Eduardo consegue ir a lugares com muito mais facilidade e liberdade.
"A muleta é usada apenas em pequenos momentos e talvez por isso tenhamos esquecido no avião. Ele não depende tanto dela quanto da cadeira de rodas, mas a muleta é uma libertação. Ele consegue chegar a lugares que a cadeira não leva".
"Eu sempre falo para o Eduardo que as muletas vão levar ele para lugares onde a cadeira de rodas nunca vai levar, como um incentivo", diz a mãe
Daniela lembra que descer com Eduardo do avião exige toda uma preparação para acomodar o filho e ainda levar os pertences.
"A gente desce com ele, tem todo um preparativo para levar ele no colo. Nisso, eu e meu outro filho mais velho pegamos a bagagem e saímos, enquanto o meu marido levava ele no colo", explicou.
Responsabilidade da empresa?
Quando perguntada sobre o apoio da companhia aérea, Daniela explica que não acredita que a empresa tenha responsabilidade sobre a perda das muletas, porém, ela acredita que não houve boa vontade.
"Responsabilidade legal a companhia não tem, mas como diz meu marido, eles teriam uma responsabilidade moral. Eu, como advogada, uso as palavras 'boa vontade'. A gente precisaria de boa vontade da empresa aérea, por que uma muleta infantil verde não é uma coisa que se acha toda hora em um avião", declara.
A empresa de aviação Azul foi procurada pelo Jornal On-line Folha Vitória, mas até o fechamento desta matéria não houve resposta sobre o caso. Assim que uma resposta for enviada, a matéria será atualizada.
Aqueles que tiverem informações sobre as muletas, podem entrar em contato com a família por meio da rede social: @rodrigomonteiro.es.
Fonte: Folha Vitória