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Funcionária da Cruz Vermelha australiana organiza ajuda a Tonga: ataque de hackers pode prejudicar trabalho da organização humanitária Foto: CAROLYN VARLEY/AUSTRALIAN RED CR / via REUTERS/19-02-2022 |
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) informou nesta quarta-feira que foi vítima de um ataque cibernético, pelo qual hackers conseguiram apreender dados de mais de 515 mil pessoas em situação vulnerável. De acordo com o CICV, ainda não há indicação de que as informações tenham sido divulgadas ou compartilhadas publicamente.
“Esse ataque cibernético coloca pessoas vulneráveis, aquelas que já precisam de serviços humanitários, em maior risco”, declarou o diretor-geral do CICV, Robert Mardini, em comunicado.
A organização, com sede em Genebra, ainda não conseguiu informações sobre os autores do ataque, que teve como alvo uma empresa prestadora de serviço com a qual o CICV mantém contratos para armazenar dados.
O ataque cibernético "deixou em risco os dados pessoais e informações confidenciais de mais de 515 mil pessoas extremamente vulneráveis, incluindo pessoas separadas de suas famílias como resultado de conflitos, migração e desastres, pessoas desaparecidas e suas famílias e pessoas detidas", explicou o comunicado.
A CICV não divulgou quando teria ocorrido a invasão dos servidores da CICV, nem quais países teriam sido mais prejudicados pelo roubo das informações.
Os dados foram fornecidos por pelo menos 60 sociedades nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho em todo o mundo. Crescente Vermelho é a denominação usada pela organização em países muçulmanos.
"Embora não saibamos quem é o responsável por este ataque, ou por que eles o realizaram, temos que fazer este apelo a eles. Suas ações podem causar mais danos e dor àqueles que já sofreram sofrimento incalculável", afirmou Mardini. "Não compartilhe, não venda, não divulgue e não use esses dados de forma alguma".
Durante conflitos e catástrofes, as famílias podem perder o rastro de um ente querido. O CICV e as sociedades nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho trabalham para descobrir o paradeiro das pessoas desaparecidas, trocar mensagens e reunir famílias.
"A cada dia, o Movimento da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho ajuda a reunir uma média de 12 pessoas desaparecidas com suas famílias. Ataques cibernéticos como esse colocam em risco esse trabalho vital", concluiu Mardini.
O CICV informou que está trabalhando com seus parceiros humanitários em todo o mundo para entender o alcance do ataque e tomar as medidas apropriadas para proteger seus dados no futuro.
Fonte: O Globo