Incidência de internação por coronavírus entre vacinados foi menor do que na população não vacinada, ou seja, risco de uma pessoa precisar de um hospital após pegar Covid-19 é maior entre os que não se imunizaram.
A incidência de internação por Covid-19 na população vacinada foi menor do que na população não vacinada, ou seja, o risco de uma pessoa precisar de um hospital após pegar Covid-19 é maior entre os que não se imunizaram.
Nas duas primeiras semanas do mês, a taxa de internação foi de 89 internados a cada milhão de pessoas com as duas doses completas, e de 157 internados a cada milhão de pessoas que não tomaram a vacina, ou que só tomaram a primeira dose. Ou seja, ter tomado as duas doses faz cair em 77% o risco de internação.
Entre os dias 1º e 15 de janeiro, o estado internou pelo menos 4.909 pacientes com Covid-19 confirmada, segundo dados divulgados na noite de quarta-feira (26) pelo Ministério da Saúde.
Desse total, 66% (cerca de dois terços) já tinham tomado duas doses da vacina. Essa proporção é menor do que a porcentagem de paulistas já imunizados: no começo de janeiro, o estado chegou a 78% da população com o esquema vacinal completo (duas doses de vacina).
Metodologia
O cálculo foi feito a partir das internações já registradas nos sistemas do Ministério da Saúde, datadas entre 1º e 15 de janeiro de 2022, e considerando apenas os pacientes que já tiveram Covid-19 confirmada. Para calcular o status vacinal, foram utilizados os dados do Vacinômetro, plataforma do governo estadual, no início de janeiro.
Os 4.909 pacientes foram divididos segundo seu status vacinal, considerando informações da base de dados de internações e do sistema em que são registradas as doses de vacina. Parte dos pacientes não tinham a informação da vacina registrada no sistema.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/Y/O/XL6UXxT4iiTeLASlAvuA/enq20220114040.jpg)
Enfermeira prepara dose da vacina infantil da Pfizer contra a covid-19 para vacinar criança durante solenidade realizada no Hospital das Clínicas — Foto: Bruno Rocha/Enquadradar/Estadão Conteúdo
Seguindo orientação do pesquisador Leo Bastos, da Fiocruz e do Observatório Covid-19 BR, os pacientes que não possuíam informação sobre a vacinação na ficha de internação foram distribuídos entre os grupos de "totalmente imunizados" (que tomaram duas doses), "parcialmente imunizados" (que só tomaram uma dose da vacina até agora), e "não vacinados". A distribuição foi feita de forma proporcional, seguindo a quantidade de cada grupo em relação ao total de pacientes com a informação registrada no sistema.
Em seguida, foi calculada a taxa de incidência de informações em duas populações: a que já está totalmente vacinada, e a que não começou a vacinação, ou ainda está parcialmente imunizada. A soma desses dois grupos foi feita porque a vacina foi desenhada e estudada para ser aplicada em duas doses, então quem só tomou uma dose pode estar mais protegido que quem não tomou nenhuma, mas ainda não concluiu o esquema vacinal indicado pelas autoridades sanitárias.
A taxa de incidência foi feita usando o balanço do Vacinômetro de 1º de janeiro de 2022, o total populacional projetado pelo IBGE para 2021, a quantidade de pessoas que tomaram duas doses e as que só tomaram uma dose. A quantidade de pessoas que não tomaram nenhuma dose foi estimada com base nesses dados. O cálculo considera o total de internados de um grupo dividido pelo total da população daquele grupo e multiplicado por 1 milhão.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/I/J/AB918xT5KB7PSQ7W3meA/frm20210908015.jpg)
Frascos com doses das vacinas da Pfizer e da AstraZeneca e da CoronaVac — Foto: Adriano Ishibashi/Framephoto/Estadão Conteúdo
A informação sobre a vacinação contra Covid-19 é um dos campos que os profissionais de saúde podem preencher ao notificar ao Ministério da Saúde a internação de um paciente com coronavírus no sistema Sivep-Gripe, ferramenta nacional utilizada para contabilizar os casos graves da doença.
No entanto, no estado de São Paulo, os dados até dezembro de 2021 mostram que boa parte dos registros de pacientes graves não têm o campo sobre vacinação preenchido. Por conta disso, o cálculo do percentual de vacinados entre todos os internados com Covid no estado fica comprometido, já que apenas uma parcela das fichas traz esta informação.
Fonte: G1