Capixabas ficam menos tempo casados. Veja quanto dura um casamento no ES



Bodas de Prata representam 25 anos de casamento e as Bodas de Ouro são aquelas em que o casal festeja os 50 anos de união matrimonial. Mas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Espírito Santo, os casais não estão chegando nem às Bodas de Linho, quando são comemorados os 13 anos de relacionamento.

A pesquisa afirma que, em 2020, a duração do casamento diminuiu para 12,5 anos, em média, no Estado. Em 2010, o tempo médio entre a data do casamento de cônjuges capixabas e a data da sentença ou escritura do divórcio era de 15,9 anos.

Outro ponto apontado pelo IBGE é que a maioria (53,4%) dos divórcios, em 2020, ocorreu antes de 10 anos da data do casamento. No mesmo ano, a idade média dos homens ao se divorciarem era de 43,4 anos, e das mulheres, de 40,3 anos.

A segunda vice-presidente do Sindicato dos Notários e Registradores do Estado do Espírito Santo (Sinoreg-ES), Nelisa Galante, acredita que isso pode ter acontecido porque a legislação atual permite que o divórcio seja realizado de forma imediata.
"Antes, o casal precisava se separar, ficar dois anos afastado para pensar se era isso mesmo o que queria fazer e, somente depois deste tempo, pedir o divórcio. Atualmente, o casal pode se casar se divorciar rapidamente, caso se arrependa. A lei, hoje, permite o que chamamos de Divórcio Direto. As pessoas estão cada vez mais imediatistas e lei permite isso", explicou ela, que é registradora civil e tabeliã de notas.

Divórcios no ES

Em contrapartida, a pesquisa do IBGE também aponta que o número de divórcios caiu no Estado. Em 2020, foram concedidos 5.711 divórcios, número 37,8% inferior ao total de separações em 2019. No Brasil, o número de divórcios caiu 13,6%, no mesmo período.

Ainda em 2020, entre os capixabas, caiu o percentual de divórcios judiciais cuja sentença consta a guarda compartilhada dos filhos, passando de 48,0%, em 2019, para 42,9%, em 2020.

Já o percentual de mulheres responsáveis pela guarda dos filhos menores aumentou de 48,1% para 50,6%, entre 2019 e 2020.

Queda no País

O número de divórcios concedidos no país caiu 13,6% em 2020 na comparação com o ano anterior, segundo o IBGE. Em 2019, essa queda havia sido de 0,5%, interrompendo três anos consecutivos de crescimento.

Com a retração, foram realizados 331,2 mil divórcios em 2020, o menor número desde 2015. Os dados, divulgados pelo IBGE, fazem parte das Estatísticas do Registro Civil.
“Essa queda expressiva pode ser explicada pelas dificuldades na coleta dos dados por causa do sistema de trabalho remoto adotado durante a pandemia. Também não há certeza de que a produção de sentenças dentro das varas continuou a mesma com o isolamento social. Muitos processos podem ter sofrido atrasos nesse período, o que pode ter ajudado a reduzir o número de divórcios em 2020. Foi um ano atípico”, diz a gerente das Estatísticas do Registro Civil, Klívia Brayner.

Extrajudiciais

Enquanto os divórcios judiciais tiveram queda de 17,5% em um ano, os extrajudiciais, ou seja, aqueles feitos em cartórios, aumentaram 1,1%. Para a gerente da pesquisa, algumas pessoas podem ter procurado os cartórios pelas dificuldades no acesso às varas judiciais durante a pandemia. Mas nem todos os divórcios podem ser feitos pela via administrativa.

“Há critérios para que os divórcios extrajudiciais aconteçam. Eles precisam ser consensuais, e, na maioria dos estados, não são feitos quando o casal tem filhos menores de idade”, explica a pesquisadora.

Em 2020, foram registrados 215 divórcios a cada 100 mil habitantes com 20 anos ou mais e, no momento da decisão, as mulheres tinham, em média, 40 anos e os homens, 43.

Quase metade (49,8%) dos casamentos que acabaram em divórcio em 2020 tinha menos de dez anos. É um aumento significativo em relação a 2010, quando essa proporção era de 37,4%.

Fonte: Folha Vitória


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