Construtoras do ES são investigadas por usarem fios irregulares em apartamentos


Duas construtoras da Grande Vitória são investigadas pela polícia por usarem fios elétricos irregulares na obra de apartamentos. Segundo as investigações, as empresas usaram fios de boa qualidade nas áreas comuns dos prédios e colocaram os fios irregulares na parte interna.

A Polícia Civil, a Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Estado e o Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) divulgaram, nesta segunda-feira (07), o resultado de mais uma fase da Operação Elétron. A ação conjunta tem retirado de circulação fios elétricos irregulares.

O novo foco da operação busca identificar construções em que a fiação irregular foi instalada, mesmo as construtoras tendo ciência de que os fios podem causar riscos aos consumidores.

De acordo com o delegado Eduardo Passamani, quatro condomínios de duas construtoras estariam com os fios irregulares.

"Buscamos alguns condomínios que vieram à Comissão para que nós fizéssemos uma varredura no local para saber se a fiação da marca instalada estava de acordo com as normas. Nós tivemos informações, que foram confirmadas pelos laudos do Ipem, que todas as amostras coletadas foram reprovadas", disse Passamani.

Luiz Filipe Langoni, agente do Ipem – órgão que verifica a qualidade dos fios elétricos e identificou problemas na marca investigada –, disse que os fios irregulares foram encontrados nos apartamentos de quatro condomínios.

"Quando fomos até os condomínios, identificamos que o fio que ela (a construtora) colocou do padrão da EDP até o centro de distribuição dos apartamentos, uma vez testados pelo Ipem, se mostraram de boa qualidade. Já os fios que saem do centro de distribuição e vão até os apartamentos, bem como os dos apartamentos, são da marca irregular", disse.

O presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, deputado Vandinho Leite, afirmou que vai estabelecer um prazo para que as construtoras retirem os fios irregulares dos condomínios.

"São produtos que aumentam o valor das contas, aumentam o consumo, ou seja, os moradores já estão sendo prejudicados no aumento das contas, além do risco de incêndio. Tivemos uma reunião com todos os síndicos, eles vão encaminhar um relatório da quantidade de pessoas que tiveram prejuízos desde o momento de entrega dos apartamentos. São vários prejuízos, como equipamentos queimados, airfryer que liga e dá principio de incêndio e tomadas pegando fogo", explicou.

Por meio de nota, a Kemp Engenharia, uma das empresas investigadas, disse que foi compradora de boa fé e possui todos os atestados de conformidade. Desde o início da operação, vem prestando todas as informações solicitadas pelos órgãos investigativos e está à disposição para qualquer esclarecimento.
Comerciante é detido e novo mandado de prisão é expedido para empresário da Praia do Canto

Um comerciante do bairro Vale dos Reis, em Cariacica, foi detido na nova fase da Operação Elétron. O homem, segundo a polícia, estava vendendo os fios irregulares da marca investigada.

"Nós fomos até o local e verificamos que ele fazia o comércio, não era uma grande quantidade, ele tinha uma quantidade limitada, mas fazia o comércio. Os fios estavam expostos à venda. Fizemos uma testagem no local e verificamos estar fora do padrão. Ele foi preso por crime contra o consumidor, encaminhado à delegacia, assinou o termo de responsabilidade e vai responder em liberdade", disse o delegado.

Além disso, um novo mandado de prisão para o empresário da Praia do Canto, dono da fábrica dos fios que ficava na Serra, também foi expedido.

O homem, segundo o delegado, já estava preso desde o ano passado e foi indiciado por ocultação de patrimônio e crimes contra relação de consumo por fabricar produtos fora das normas técnicas.

O delegado explicou que o novo mandado de prisão foi cumprido contra o empresário, que mesmo atrás das grades, teria tentado atrapalhar as investigações.

"Nós identificamos durante as investigações que houve uma tentativa concreta, um envio de mensagem no sentido de tentar intervir nas investigações. Diante desses fatos, nós solicitamos apoio do judiciário, do Ministério Público, que prontamente atenderam a nossa demanda. Entenderam que realmente existiu esse pedido de interferência e, diante disso, o judiciário decretou mais uma prisão ao empresário", disse.

Fonte: TV Vitória/Record TV.


Postagem Anterior Próxima Postagem