Golpe da formatura: estelionatário levava vida de luxo com dinheiro de universitários do ES


O homem apontado pela polícia como estelionatário que aplicou golpe de R$ 1 milhão em mais de 120 universitários do Espírito Santo, exibia uma vida de luxo nas redes sociais, com viagens e bebidas caras.

Na biografia de uma rede social, Luis Carlos Vieira Junior, de 39 anos, se descreve como alguém que já visitou 10 países. No entanto, segundo as investigações, ele ostentava com o dinheiro das vítimas.

"Ele tinha um padrão de vida acima do seu rendimento, com fotos nas redes sociais com espumante que custa em torno de R$ 1,8 mil. No ano de 2019, que ele deveria estar envolvido em diversas festas de formatura, ele foi viajar para a China. Ficou praticamente cinco meses lá e alegou que amigos davam os convites, ofereciam estadias, mas nós não acreditamos nisso", afirmou o delegado Douglas Vieira.

Luis Carlos se passava por organizador de formaturas. Em 2015 e 2016, ele fechou contrato de prestação de serviço com onze comissões e recebia, todo mês, os valores dos parcelamentos de centenas de universitários, prometendo entregar a festa completa de graduação.

"Cada aluno pagava, em média, R$ 7, R$ 8, até R$ 20 mil para ter a sua festa de formatura. Eles pagavam mensalmente, iniciavam o curso e já se organizavam pensando na parte final. Em 2019, uma das comissões percebeu que os convites não ainda não tinham chegado, aí veio à tona uma série de fraudes e prejuízos", explicou o delegado.

Nas redes sociais da suposta empresa, ele fazia questão de sempre publicar fotos das reuniões que realizava com os estudantes.

Em uma delas, escreveu: "Reunião até depois do expediente em plena segunda-feira?! Sem problemas! Se for para resolver questões importantes e deixar nossos formandos satisfeitos, a gente faz sim", diz a legenda. 

Foto: Reprodução / Instagram

Luis Carlos foi preso durante campeonato em Vitória

As buscas da polícia duraram mais de um ano e meio, até que Luis Carlos foi encontrado no último domingo (13), durante um campeonato de jiu-jitsu no Tancredão, em Vitória.

 Foto: Divulgação / Polícia Civil

O delegado acredita que o golpista tenha feito outras vítimas ao longo dos últimos anos, mas a legislação brasileira não permite que o registro seja feito na polícia depois de seis meses de crime.

Apesar disso, se condenado, Luis Carlos pode ficar muito tempo preso

"São quatro ações penais que tramitam, sendo três em Vitória e uma em Cariacica. Cada golpe desse é um crime de estelionato, que a pena pode chegar a cinco anos. Se identificarmos que houve lavagem de capitais, pode responder uma pena de até 8 anos. Se verificarmos que tem mais pessoas nesse golpe, pode responder também por organização criminosa", explicou Vieira.

Para os estudantes que pretendem organizar festas de formaturas, o delegado deixa ainda uma orientação importante que pode evitar golpes e prejuízos.
"Organize a comissão, abra uma conta em nome desta comissão e deposite os valores nesta conta. Não deposite em nome de terceiros, em nome de pessoas que fazem o evento. Não é algo que nós aconselhamos porque você pode ficar no prejuízo", orientou.

Fonte: TV Vitória/Record TV


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