Idoso foi reconhecido após comparação com a foto levada pela irmã à delegacia — Foto: Reprodução/TV Gazeta |
No dia oito de fevereiro deste ano, a dona de casa Juracy da Silva foi até a casa do irmão, o catador de materiais recicláveis Domingos Ribeiro, de 73 anos, para uma visita de rotina, mas ele não estava. Nesta data teve início um processo de buscas pelo idoso, que só terminou cerca de dois meses depois, quando a família o reencontrou no Hospital Estadual de Atenção Clínica, em Cariacica.
Ele havia sido visto pela última vez na praça do bairro Novo Horizonte, na Serra, bairro onde mora e costuma encontrar amigos que também são catadores na região.
"Chegando lá o colega dele disse que ele tinha passado mal perto da pracinha, e que chamaram a ambulância e levaram ele", disse Juracy.
A partir daí, a busca pelo irmão começou. Juracy e outros parentes passaram por quatro hospitais para verificar se Domingos havia dado entrada, mas não o encontraram.
Os mais de quarenta dias de espera fizeram com que a dona de casa acreditasse que não seria possível encontrar o irmão com a ajuda de conhecidos. Ela decidiu então ir até a Delegacia de Pessoas Desaparecidas.
Um dia após registrar ocorrência, ela recebeu uma ligação com a notícia de que o irmão foi localizado. A foto que ela levou de Domingos foi fundamental para isso. Ele foi identificado no Hospital Estadual de Atenção Clínica, em Cariacica, por conta de uma mania que tem de fechar um dos olhos.
Ele chegou ao local depois de passar por outras duas unidades de saúde. Apesar de falar com a equipe do hospital que se chamava Domingos Ribeiro, o fato dele estar com condições clínicas ruins, com falas desconexas e desorientado, não deixava a equipe ter certeza da identidade.
"Ele se identificou assim, mas como estava desorientado, não tínhamos certeza. Iniciamos então uma busca ativa com os equipamentos disponíveis como o SUS, Cras, Creas, e redes de contatos de amigos que temos. Foi por meio dessas redes que conseguimos o contato de uma pessoa do núcleo de desaparecidos. Ela informou que a família tinha feito um boletim de ocorrência. Com o telefone, ligamos para a família e foi só alegria pra eles receberem a ligação", contou a psicóloga do hospital Sheila Alvarenga
Depois de 45 dias de internação, Domingos Ribeiro estava recuperado e pôde receber novamente o abraço da irmã.
A felicidade tomou conta também da equipe que cuidou do idoso. Não apenas pela emoção do reencontro, mas por ter contribuído para que a história tivesse final feliz, diferentemente de outros casos que acontecem no hospital.
"Todo mundo vibrou. Foi muito importante. Quando entramos em contato com o familiar, e ele recebe a notícia vibrando, e vem buscar, para nós é um grande motivo de alegria, porque nem sempre é assim. Queríamos que todas as pessoas tivessem os familiares procurando por elas, com as portas abertas para recebê-las", salientou Sheila.
Agora em casa, Juracy toma conta de Domingos Ribeiro e também de uma sobrinha que tem problemas de saúde e mora com ela.
"Todo mundo fala que eu vou ganhar metade do céu. Vou cuidar dele até Deus dizer chega", disse Juracy.
Fonte: G1