Seda de aranha pode ser útil no tratamento contra o câncer, aponta estudo


Publicado no periódico Structure na última segunda-feira (14), um estudo experimental feito por instituições científicas da Suécia e de Singapura constatou um meio inusitado auxiliar no tratamento contrao o câncer: a seda produzida por aranhas para formar teias.

“Fomos inspirados em como a natureza cria proteínas estáveis ​​e usamos proteína de seda de aranha para estabilizar a [proteína] P53. A seda da aranha consiste em longas cadeias de proteínas altamente estáveis ​​e é um dos polímeros mais fortes da natureza”, diz em nota Michael Landreth, pesquisador do Instituto Karolinska e um dos autores do estudo.

A proteína P53, também conhecida como “guardiã do genoma”, está presente no interior de nossas células. Sua importância para o tratamento cancerígeno advém de sua habilidade de impedir que células com danos no DNA se transformem em tumores malignos. Mas ela também pode ser perigosa: por conta de seu tamanho grande, ela se quebra rapidamente e, quando não é funcional, acaba se dividindo descontroladamente, podendo dar origem a um câncer.

Com intuito de fazê-la mais estável e forte, os pesquisadores acharam na seda de aranha o que precisavam. Para o experimento, cruzaram a seda de aranha com a P53. Depois, inseriram a combinação em células e notaram que o próprio organismo começou a replicá-las em grande quantidade.

A partir do uso de microscopia eletrônica, simulações de computador e espectrometria de massa, eles notaram que o motivo para o sucesso da junção seria a maneira como a seda da aranha conseguiu dar estrutura às seções desordenadas da proteína.

Gráfico da proteína P35 com a seda de aranha (Foto: Structure)

Além disso, durante a investigação, a P53 em conjunto com a seda de aranha mostrou ser mais eficaz em matar as células cancerígenas do que quando isolada.

Uma vez estável e não mais desordenada, ela consegue efetuar sua defesa com mais precisão.

Contudo, mais estudos ainda são necessários. Agora, os cientistas querem pesquisar em detalhes as estruturas dessa nova célula e como ela interage e reage com o corpo para prevenir o câncer. Questões sobre a tolerância da nova proteína também serão colocadas em análise.

Para Sir David Lane, coautor do artigo e um dos descobridores da P53 na década de 1970, essa junção é um passo à frente no tratamento do câncer, “Criar uma variante mais estável de P53 nas células é uma abordagem promissora para a terapia do câncer, e agora temos uma ferramenta para isso que vale a pena explorar.`

Fonte: Galileu




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