A Operação Naftalina, realizada pela Polícia Federal e pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), nesta terça-feira (12), prendeu 14 pessoas e fechou oito postos de combustíveis da Grande Vitória.
O objetivo foi identificar e prender integrantes de uma organização criminosa responsável pela adulteração de combustíveis que são vendidos nesses postos.
Para fraudar o combustível, eram adicionados à gasolina nafta, álcool hidratado e corante. De acordo com o coordenador do Laboratório de Pesquisa e Análise de Petróleo da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Eustáquio de Castro, existem formas para que o consumidor verifique se o combustível que está na bomba obedece às normas de qualidade.
Veja algumas dessas dicas:
Teste de proveta
Os postos de combustível são obrigados, de acordo com uma regulamentação da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a realizarem testes para medir a quantidade de etanol anidro - ou seja, álcool sem água - presente na gasolina comum ou aditivada sempre que o consumidor exigir.
No teste, em uma proveta de 100 ml devem ser adicionados 50 ml de gasolina e 50ml de uma solução de água e sal de cozinha. Depois de misturado, o etanol que estava na gasolina se junta à água e, após um repouso de 10 minutos, os líquidos se separam, com a gasolina ficando na parte superior da proveta.
Assim, o líquido incolor, resultante da mistura de água, sal e etanol, deve preencher no máximo 63ml da proveta, com margem de erro de 1 ml. Caso a mistura ultrapasse esse volume, a gasolina não está conforme com as especificações da ANP.
Teste de densidade
Os postos devem contar ainda com um densímetro para medir a densidade da gasolina, que também é especificada pela ANP.
A agência estabelece que o combustível do tipo comum deve ter densidade máxima de 0,75425 t/m3.
"Se estiver muito abaixo é sinal que tem nafta, porque a nafta é solvente, tem uma densidade menor. Então por aí já tem o indício", explicou o coordenador do laboratório.
Preço
O consumidor deve ficar atento ao preço praticado pelos postos. Caso o valor do combustível esteja com valor incompatível ao praticado pelo mercado, o motorista deve desconfiar da qualidade do produto.
Sinais
O coordenado do laboratório explicou que o condutor também deve ficar atento aos sinais do veículo de que o combustível é de baixa qualidade.
"O carro vai sentir, pode começar a falhar, pode perder rendimento. Quando a manipulação é muito grosseira, já sai do posto com o carro falhando. Quando tem mais sofisticação, leva tempo, mas pode queimar a vela com mais frequência, por exemplo", explicou o pesquisador.
O motorista deve ainda observar o consumo médio do veículo. A queda de rendimento também pode ser indicativo de adulteração de combustível.
Solventes e outros derivados do petróleo podem ser usados para adulterar combustível — Foto: Reprodução/TV Gazeta |
Fonte: G1