Combustível adulterado: veja a lista de postos fechados em operação no ES


Foi deflagrada, na manhã desta terça-feira (12), uma operação para identificar e prender integrantes de uma organização criminosa responsável pela adulteração de combustíveis que são vendidos em postos da Grande Vitória.

A Operação Naftalina foi conduzida pela Polícia Federal e pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Ao todo, 15 pessoas foram presas, entre elas um ex-vereador da cidade de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, apontado como chefe da quadrilha. Segundo os investigadores, entre os presos também está um contador do Espírito Santo, que foi responsável por abrir empresas de fachada para operação do esquema.

A TV Gazeta teve acesso com exclusividade à lista de postos de combustível fechados pela operação:
  • Posto Gallo - Rodovia Governador José Sete, Cariacica
  • Posto São GeraldoCruzamento - Rua São Roque com Rua Águia Branca, Vale Encantado, Vila Velha
  • Posto Frontier - cruzamento da Rua Vicente Celestino com a Rua Santana, Campo Grande, Cariacica
  • Posto As Eirelli - Avenida Fernando Antônio, 579, Bela Aurora, Cariacica
  • Posto Nova Marca - Rodovia Norte-Sul, ao Lado do Terminal de Carapina, Rosário de Fátima, Serra
  • Posto Jupter - Rodovia do Sol, 1796, Praia de Itaparica, Vila Velha
  • Posto Bremenkamp - cruzamento da Avenida Bahia com a Rua Mariano Firme, Valparaiso, Cariacica
  • Posto Rio Marinho - cruzamento da Rua Principal com Rua Ovídio, Rio Marinho, Cariacica

Procurada, a distribuidora Vibra (antiga BR Distribuidora) disse que tomou conhecimento dos fatos e solicitará ao revendedor esclarecimentos como parte do processo interno de investigação conduzido por sua área de compliance.

"Ao longo dos últimos anos, a Vibra vem fazendo um radical corte de postos de sua rede após detecção de diversos tipos de irregularidades, resultando em menos 800 revendedores. A Vibra reforça o compromisso com as melhores práticas de compliance e a utilização dos mecanismos que emprega para coibir desvios dessa natureza, sempre com o comprometimento de comunicar às autoridades indícios da ocorrência de crime para a devida proteção do público consumidor", afirmou a Vibra em nota.

Até a última atualização desta reportagem, o g1 não havia obtido contato com as outras distribuidoras dos postos fechados na operação.

O crime

As investigações apontam que pelo menos desde o início de 2020, a organização criminosa já recebeu, de forma irregular, cerca de 1.375.352 litros de nafta solvente e 371.200 litros de álcool hidratado provenientes de outros estados, que são usados na adulteração.

"Em síntese, a organização adquiria cargas de nafta solvente e álcool hidratado em outros estados da federação e as desviavam para a Grande Vitória. Uma vez aqui, o material era levado até um pátio clandestino em Vila Velha, onde os dois materiais eram misturados e a eles adicionados um corante para dar coloração de gasolina", explicou a PF.

Na sequência, as misturas adulteradas eram então distribuídas em pelo menos oito postos de combustíveis que pertencem à organização criminosa e estão situados em sua maioria no município de Cariacica. Os postos foram fechados.

Os bens usados nas operações ilícitas, como os caminhões e os postos de combustíveis, estão em nome de "laranjas". Segundo a PF, são bens que foram adquiridos com o dinheiro proveniente da própria adulteração de combustíveis e de outros crimes.

"Considerando os valores atualmente praticados no mercado, em que o litro de gasolina é comprado, em média, por R$ 7,00, estima-se que os criminosos chegavam a lucrar mais de 100% com o esquema investigado, o que permite projetar um lucro com a atividade ilegal de mais de R$ 6 milhões", calcula a PF.

Miliciano do RJ chefiava organização

PF e PRF deflagraram operação contra criminosos que adulteravam combustível para vender em postos da Grande Vitória — Foto: PF/Divulgação

As forças policiais apontam um miliciano do Rio de Janeiro, que é o ex-vereador de Duque de Caxias, mas cujo nome não foi revelado, como o comandante da estrutura criminosa. O suspeito já está preso.

"Além de utilizar outras pessoas para ocultar o patrimônio auferido com os crimes e os reais operadores do esquema, [o miliciano] ainda investia a maior parte dos lucros em outras atividades criminosas ligadas à milícia", revelou a PF.
Fonte: G1


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