Operação Naftalina busca criminosos que adulteram combustíveis para vender no ES

PF e PRF deflagraram operação contra criminosos que adulteravam combustível para vender em postos da Grande Vitória — Foto: Reprodução/PF

Foi deflagrada na manhã desta terça-feira (12) uma operação que visa identificar e prender integrantes de uma organização criminosa responsável pela adulteração de combustíveis que são vendidos em postos da Grande Vitória.

A operação Naftalina é conduzida pela Polícia Federal (PF) e pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), que são responsáveis por cumprir nove mandados de prisão preventiva, seis de prisão temporária e oito medidas cautelares de suspensões de atividade econômica.

Também estão sendo cumpridos 27 mandados de busca e apreensão, sendo 21 na Grande Vitória, dois em São Paulo (nas cidades de Ribeirão Preto e Piracicaba) e quatro no Rio de Janeiro (na capital e nas cidades de Casimiro de Abreu, Bom Jesus de Itabapoana e Duque de Caxias. Medidas de sequestro de bens dos investigados também serão tomadas.

O crime

As investigações apontam que pelo menos desde o início de 2020, a organização criminosa já recebeu, de forma irregular, cerca de 1.375.352 litros de nafta solvente e 371.200 litros de álcool hidratado provenientes de outros estados, que são usados na adulteração.

"Em síntese, a organização adquiria cargas de nafta solvente e álcool hidratado em outros Estados da Federação e as desviavam para a Grande Vitória. Uma vez aqui, o material era levado até um pátio clandestino em Vila Velha, onde os dois materiais eram misturados e a eles adicionados um corante para dar coloração de gasolina", explicou a PF.

Na sequência, as misturas adulteradas eram então distribuídas em pelo menos oito postos de combustíveis que pertencem à organização criminosa e estão situados em sua maioria no município de Cariacica.

Os bens usados nas operações ilícitas, como os caminhões e os postos de combustíveis, estão em nome de "laranjas". Segundo a PF, são bens que foram adquiridos com o dinheiro proveniente da própria adulteração de combustíveis e de outros crimes.

"Considerando os valores atualmente praticados no mercado, em que o litro de gasolina é comprado, em média, por R$ 7,00, estima-se que os criminosos chegavam a lucrar mais de 100% com o esquema investigado, o que permite projetar um lucro com a atividade ilegal de mais de R$ 6 milhões", calcula a PF.

Miliciano do RJ chefiava organização

As primeiras ações relativas à Operação Naftalina ocorreram após uma série de abordagens a veículos tanque realizadas pela PRF, que percebeu irregularidades nas notas fiscais de cargas de nafta solvente e álcool hidratado oriundos de outros estados.

Havia indicativos de empresas fantasmas, de fachada e de emissão de notas fiscais falsas por trás das cargas transportadas, o que dificultava a fiscalização durante o transporte.

As forças policiais apontam um miliciano do Rio de Janeiro, cujo nome não foi revelado, como o comandante da estrutura criminosa. O suspeito já está preso.

"Além de utilizar outras pessoas para ocultar o patrimônio auferido com os crimes e os reais operadores do esquema, (o miliciano) ainda investia a maior parte dos lucros em outras atividades criminosas ligadas à milícia", revelou a PF.

Até o momento, o número de detidos e de outras medidas concluídas nesta terça-feira não foi informado.

Fonte: G1


Postagem Anterior Próxima Postagem