Georgeval Alves Gonçalves, acusado de estuprar, espancar e assassinar o filho e o enteado |
O juiz da Primeira Vara Criminal de Linhares, Tiago Fávaro Camata, negou, nesta quinta-feira (23), um novo pedido de liberdade provisória a Georgeval Alves Gonçalves, acusado de estuprar, espancar e assassinar o filho, Joaquim Alves, e o enteado, Kauã Sales Butkovsky, na madrugada do dia 21 de abril de 2018.
Entre os argumentos apontados pelo juiz, está o da gravidade dos crimes supostamente praticados. Além disso, não teria havido, até o momento, qualquer alteração no contexto que pudesse mudar a decisão de manter o réu preso.
Confira trecho:
“Sendo assim, ainda presentes os requisitos dos arts. 312 e 313, inciso I, ambos do CPP – conforme fundamentado nas decisões supracitadas e neste provimento –, MANTENHO a prisão preventiva do réu GEORGEVAL ALVES GONÇALVES, como medida de garantia da ordem pública, por conveniência da instrução criminal e para assegurar a aplicação da lei penal"
Além da negativa de liberdade, o magistrado determinou as providências práticas para dar início ao Júri Popular em que Georgeval será julgado. O réu é acusado de ter ateado fogo no quarto em que dormiam as duas crianças, o filho e o enteado, de 3 e 6 anos. Investigações posteriores determinaram que o incêndio seria para esconder os crimes de estupro praticados contra os meninos.
Segundo dados do andamento do processo no site do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, o processo foi encaminhado ao Ministério Público (MPES) na última sexta-feira (24), que deverá indicar as testemunhas de acusação que serão ouvidas no plenário do Júri. Em seguida, serão intimados os advogados que fazem assistência à acusação. Depois será intimada, ainda, a defesa do acusado.
Sobre o caso, o advogado Siderson Vitorino, assistente de acusação, afirmou que a decisão do juiz é uma resposta do Estado aos crimes bárbaros que foram cometidos.
“A negativa da liberdade de Georgeval representa, além da garantia da ordem pública e da certeza da aplicação penal, uma resposta do estado para os bárbaros crimes praticados pelo acusado. Que, com requintes de crueldade, estuprou e ateou fogo em duas crianças inocentes”, disse.
Sobre as testemunhas essenciais para serem ouvidas em plenário, o advogado informou que deverá aguardar a primeira indicação do Ministério Público neste sentido.
O outro lado
A reportagem tenta contato com a defesa de Gonçalves, realizada pela advogada Milena Freire de Castro Souza. Este texto será atualizado quando houver resposta.
Relembre o caso
Georgeval Alves é acusado de estuprar, espancar e assassinar o filho, Joaquim Alves, na época com 3 anos, e o enteado, Kauã Sales Butkovsky, de 6 anos. O crime aconteceu na madrugada do dia 21 de abril de 2018, na casa da família, em Linhares.
Foto: Divulgação |
A Polícia Civil concluiu que o acusado estuprou, espancou e, em seguida, ateou fogo nas duas crianças, enquanto elas ainda estavam vivas.
A esposa dele e mãe dos meninos, Juliana Salles, chegou a ser presa na época porque, no entendimento da Justiça, apesar de estar viajando na noite do incêndio, ela foi omissa e sabia dos abusos que as crianças sofriam.
No entanto, o juiz da 1ª Vara Criminal de Linhares decidiu por não levá-la a júri popular. Em sua decisão, o magistrado entendeu que não havia nos autos do processo provas cabais que demonstrassem que a mãe dos irmãos teria sido omissa ao permitir a aproximação de Georgeval das crianças.
Na época do crime, o acusado alegou que estava dormindo, quando ouviu, pela babá eletrônica, as duas crianças chorando. Georgeval Alves disse que foi até o quarto dos dois, mas não conseguiu salvá-los.
A Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros realizaram perícias na casa onde o caso aconteceu e no carro que geralmente era utilizado por Georgeval Alves e concluiu que a versão apresentada pelo acusado é falsa. O réu está preso desde o dia 28 de abril de 2018.
Fonte: Folha Vitória