Ex-funcionários acusam o ex-PM filiado ao PL de, por exemplo, obrigá-los a se masturbarem coletivamente e também de pedir investigação contra outros parlamentares.
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O vereador Gabriel Monteiro (PL-RJ) deixa a 42ª Delegacia de Polícia, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio de Janeiro, após prestar depoimento nesta quinta-feira, 7 de abril de 2022. — Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
Ex-assessores do vereador Gabriel Monteiro (PL) que fizeram uma série de acusações contra o político foram ouvidos por parlamentares que compõem o Conselho de Ética da Câmara de Vereadores do Rio.
As denúncias dos ex-funcionários contra o político vão de assédio sexual a investigações contra outros vereadores do Palácio Pedro Ernesto. Saiba mais abaixo o que cada um deles disse.
O processo ético-disciplinar por suposta quebra de decoro de Gabriel Monteiro pode levar à cassação do político. O ex-PM também é réu na Justiça por filmar sexo com uma adolescente. O vereador sempre negou as acusações.
Terça-feira (31) - Luiza Caroline
Ex-assessora de Gabriel Monteiro, Luiza Caroline Bezerra Batista, de 26 anos, relatou ao Conselho de Ética na terça-feira (31) que o ex-chefe praticou "assédio sexual e importunação sexual" contra ela.
Ela já havia feito as denúncias à polícia e reiterou o que disse durante o depoimento na Câmara.
"Eu respondi que sofri assédio sexual, importunação sexual. Ele é um doente social. Só de ouvir a voz dele eu já fico com o coração acelerado e quero ficar bem longe.", comentou Luiza ao sair da sala onde prestou esclaecimentos.
Terça-feira (31) - Mateus Souza
Além de Luiza, outro ex-assessor de Gabriel Monteiro também esteve na Câmara na terça-feira. A oitiva de Mateus Souza de Oliveira começou por volta de 18h e terminou 21h30. Ele saiu do Conselho de Ética sem dar entrevista.
A TV Globo apurou que o ex-assessor disse que o vereador obrigava funcionários a se masturbarem coletivamente.
Quarta-feira (25) - Vinícius e Heitor
Na quarta-feira (25) da semana passada, os vereadores ouviram os primeiros depoimentos de acusação, dos ex-assessores Vinícius Hayden e Heitor Nazaré Neto.
Assim como Luiza e Mateus, eles confirmaram as acusações contra o vereador, especificamente as denúncias de assédio moral e sexual, e também que Gabriel Monteiro forjava vídeos para a internet.
Três dias depois do depoimento, no sábado (28), Vinícius Hayden morreu no que, a princípio, se tratou de um acidente de trânsito em Teresópolis, na Região Serrana.
Próximos passos
Ao longo do processo, o Conselho de Ética da Câmara Municipal pretendia ouvir 13 depoimentos, sendo oito nomes indicados pela defesa do vereador e cinco testemunhas de acusação.
A próxima sessão de oitivas na Câmara está marcada para sexta-feira (3), segundo afirmou a TV Globo com o procurador da Câmara, José Luiz Minc.
Segundo o procurador, a quinta testemunha de acusação não irá mais depor. Seria o promotor de Justiça Marcos Kac, que denunciou Gabriel Monteiro pela gravação de sexo com uma adolescente.
A atual fase das investigações deve durar até o dia 14 de junho. Após esse período, o relator do processo, o vereador Chico Alencar (Psol), terá cinco dias úteis para dar o parecer sobre o caso.
Movimentação para inocentar Gabriel
Enquanto o processo segue sua tramitação no Conselho de Ética da Câmara do Rio, nos bastidores, vereadores aliados de Gabriel Monteiro já buscam uma saída para o colega.
Segundo o RJ2 apurou, existe um movimento para inocentar Gabriel das acusações antes mesmo do conselho concluir os trabalhos. Essa articulação política teria a liderança do vereador Rocal (PSD).
Em nota, o vereador Rocal disse que não trabalha para inocentar Gabriel Monteiro. Ele disse que tem amizade partidária pelo colega, já que Gabriel foi eleito pelo seu partido, o PSD. Rocal afirmou que aguarda o fim das investigações do Conselho de Ética.
Fonte: G1