'Posso matar ou morrer por dinheiro, sou mercenário, gosto', diz brasileiro combatente na Ucrânia

David Moura e Tialison Cardoso — Foto: Reprodução

Esta semana foi confirmada a primeira morte de um brasileiro na guerra da Ucrânia. André Luis Hack Bahi, de 44 anos, foi baleado por tropas russas no leste do país. Logo que a guerra começou, ele se apresentou voluntariamente para lutar contra os russos.

Além de André, outros vários brasileiros foram para a guerra na Ucrânia. Não se sabe ao certo quantos. Muitos moram na Europa. Gente que nada tem a ver com o conflito, mas que decide se apresentar para lutar no lado ucraniano e trocar tiro com as forças russas.

Foi um site que fisgou tanto o Tialison Cardoso quanto o David Moura. É só de vagas de trabalho para profissionais do setor de segurança. Cargo: agente de proteção. Local: Ucrânia. Salário: US$ 1 mil a US$ 2 mil por dia - mais bônus. Só que chegando lá...

“Nada disso é verdade. Nada disso existe”, diz David.

“Você vai receber um treinamento ali de um dia e você vai para o combate. Se eles vierem te pagar algo, terá um valor de US$ 400 por mês”, conta Tialison.

David Moura, combatente: Então, eu falei: ‘quanto que vocês podem pagar, quanto que vocês estão dispostos a pagar na minha experiência, dentro do que eu sei fazer?’. Ficaram naquela e me ofereceram de certa forma US$ 1 mil.

Quem fala ucraniano ou inglês, costuma ganhar mais. É o caso do Sandro, que fala várias línguas

“O parlamento aqui aprovou uma emenda constitucional que em estado de guerra, a lei marcial, ela contrata literalmente estrangeiros e nós somos parte do exército ucraniano. Não tem diferença entre eu e um militar nacional, eu recebo tudo aqui como se eu fosse funcionário ucraniano”, conta.

David não tem problema em ser chamado de “mercenário”. É assim que são conhecidos os combatentes estrangeiros que participam de guerras em troca de dinheiro.

“De certa forma vou trocar tiro. Posso cair, posso matar ou morrer em combate por dinheiro. Eu sou mercenário. Eu gosto”, diz.

Mas eles dizem que não foi só pelo dinheiro que viajaram para a Ucrânia.

“O perigo é iminente à sua frente e você está ali insistindo. É um algo que não dá para explicar muito bem, entendeu?” diz Tialison.

“Ah, você é louco. Não, só que é normal pra mim. Eu gosto daquilo, entendeu?”, diz David.

Fonte: G1


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