Especialista afirma que todas as queixas devem ser investigadas e crianças, acolhidas.
Ao todo, 21 casos suspeitos de assédio sexual em escolas públicas são investigados pela Secretaria de Educação do Espírito Santo neste momento.
Na última semana, um professor de uma escola de Conceição da Barra, no Norte do estado, foi autuado em flagrante e preso após denúncias de abuso sexual de pelo menos três alunas. Já nesta semana, em Aracruz, um professor foi denunciado por assediar alunas.
Casos suspeitos de assédio sexual em escolas são investigados no ES — Foto: TV Globo |
"Esse é um dado deplorável. Isso não tem que acontecer, principalmente se tratando do âmbito da educação. É um número que não tem que existir. Temos duas hipóteses: ou temos o número de abusos aumentando ou temos mais alunos conscientes de que realmente é um abuso. Não é brincadeira, não é elogio. Essa consciência dos alunos é importante, assim como a observação dos sinais pelas famílias em casa", diz a pedagoga Cláudia Freitas, que é especialista em acolhimento ao aluno.
De acordo com a especialista, todas as queixas feitas por crianças e adolescentes devem ser investigadas e quando a escola não toma providências mesmo estando ciente do fato, é preciso recorrer à Justiça.
"Toda queixa precisa de um olhar muito cuidadoso. Quando essa queixa existe, precisamos tratar dela e não pensar primeiro que se trata de uma mentira. O que acontece é que socialmente temos um olhar muito atravessado para crianças e adolescentes, enxergando esse grupo como inferior, incompleto. É preciso mudar essa perspectiva do olhar".
Como nem sempre as crianças e adolescentes conseguem falar abertamente sobre o assunto, Cláudia afirma que, além de estimular o diálogo, os pais e responsáveis devem ficar atentos aos sinais em casa, como o isolamento, a falta de apetite e o sentimento de tristeza que não passa.
Fonte: G1