Aconteceu na última sexta-feira, dia 26 de agosto de 2022 o I Encontro de Agroecologia Norte Capixaba, realizado na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, localizada no município Linhares, região norte do Espírito Santo, o encontro contou a presença de participantes de 28 municípios do estado do Espírito Santo.
A abertura do Encontro contou com mística que trouxe a reflexão o cuidado com a Terra, sendo o nosso planeta, nossa casa, nosso alimento, ambiente de vivência coletiva. O qual exige cuidado também coletivo, comum.
Após a mística, seguiu-se com uma mesa de debates com a temática do histórico da agroecologia no Espírito Santo, desde as organizações sociais. Conduzida inicialmente por Eduardo Safons Soares que atuou no estado pela APTA e Valmir Noventa dirigente estadual do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). Foi explanado sobre a construção social da agricultura, das distintas escolas de agricultura e sua interação no contexto do Espírito Santo, no âmbito de um movimento de avanços e retrocessos, porém de muita luta e de resistência, assim como foi dada atenção especial ao momento atual, o que exige políticas públicas que permitam o desenvolvimento e retomada produtiva de alimentos, enquanto uma política pública de suporte a população rural e urbana, haja visto o avanço da fome no território brasileiro e capixaba, que é puxado pelo agronegócio exportador chancelado pelos governos.
Valmir Noventa afirmou que “[...]a agroecologia, tem que ser uma luta contra o modelo de produção exploratória, as experiências agroecológicas já se mostraram eficientes na produção em quantidade e qualidade, é possível produzir sem veneno!”. Valmir complementa dizendo que “Precisamos pensar na agroecologia como um novo modelo energético e essencial para a construção da soberania alimentar, pensando a produção de alimentos como objetivo de acabar com a fome no Brasil”.
Após a conclusão desta mesa, seguiu-se para a segunda mesa de debates, o qual abordou a aliança camponesa e operária e comercialização da produção agroecológica, foi conduzida por Douglas Alvaristo, articulador da Rede Bem Viver e Leomar Lírio, dirigente do MPA. Nesta mesa, foi contextualizado quanto ao processo de gênese da Rede Bem Viver, sendo apresentado como elemento básico a necessidade, de construir o novo (não tão novo), baseado na demanda por um instrumento que tenha condições de organizar o campesinato para a produção de alimentos com o aspecto da sustentabilidade.
Domingas Soprani camponesa no município de Linhares e militante do MPA diz que "É muito gratificante estar reunida com tantas pessoas de tantos cantos para discutir sobre a importância da agroecologia como um modelo de produção e vivência[...]" acrescenta ainda como é motivador compartilhar tantas experiências e saber que não anda só na produção agroecológica.
Na parte da tarde o encontro continuou com salas de trocas de saberes com temas de comercialização, agroindústria, caldas, biofertilizantes, biodigestão, homeopatia, coberturas vivas, cobertura morta, tutores vivos, SAFs e sistemas sintrópicos. Ao mesmo tempo aconteceu na fazenda de experiências da INCAPER (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural) oficinas de produção de biofertilizantes, cores da terra, meliponicultura e criação de galinhas caipiras.
Cheio de mística e saber popular o encontro se encerrou com o reencontro e junção dos representantes municipais na plenária principal durante mística que abordou a importância da coletividade para a construção da agroecologia.
Importante dar destaque que o evento em questão foi construído a muitas mãos, envolvendo organizações da sociedade civil, como a Rede Bem Viver, empresas e organizações governamentais. O evento contou com apoio do Banco do Nordeste e Sicoob.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Rede Bem Viver