Seca no ES: "Chuvas só voltarão ao normal na metade de outubro", diz Incaper


Já discutido o estado de atenção em que se encontra o Espírito Santo, decretado pelo Governo do Estado, na última segunda-feira (15), por causa da falta de chuva, a reportagem do Folha Vitória procurou o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) para entender a partir de quando a situação poderá ser normalizada.

Segundo análise do meteorologista Hugo Ramos, do instituto, as chuvas devem retornar à normalidade por volta da segunda quinzena de outubro. Isso porque, de acordo com a climatologia (ciência que explica o clima), há dois períodos distintos que atuam sobre o Estado. Veja quais são:

• Período chuvoso: entre os meses de outubro a março; as chuvas que ocorrem durante o período chuvoso, que coincide com as épocas da primavera e verão, costumam ocorrer em forma de pancadas e de maneira localizada, vindo geralmente acompanhadas de fortes rajadas de vento, trovoadas e com ocasional queda de granizo. Neste período se concentra aproximadamente de 65 a 70% da chuva anual, de maneira bem distribuída pelo estado.
• Período seco: compreende os meses de abril a setembro.

Para o trimestre da primavera, segundo o meteorologista, a média acumulada de chuva para a estação fica acima dos 400 milímetros na Região do Caparaó, da Grande Vitória e ao leste da Região Serrana.

No restante das regiões Sul e Serrana e na Região Nordeste, as chuvas ficam entre 350 e 400 milímetros. Nas demais regiões, de acordo com Ramos, os valores observados ficam na faixa dos 250-350 milímetros. No período do verão, a média acumulada de precipitação para a estação supera os 450 milímetros na maior parte do estado.

Com base nestes dados, Hugo Ramos afirma que, com a volta das chuvas volumosas em outubro, é possível esperar uma significativa diminuição do cenário de seca que vem sido vivido atualmente.

Momento de seca

Conforme foi esclarecido ainda nesta segunda-feira (15), a Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) declarou estado de atenção por causa da estiagem no Espírito Santo. No entanto, não há risco de falta d’água; de todo modo, o alerta chama atenção para a necessidade de economizar.

“De acordo com a análise dos dados observados, no primeiro semestre de 2022, entre a Grande Vitória e em trechos do sul capixaba, o total acumulado ficou entre 150 e 300 mm. Normalmente se esperam acumulados neste período acima de 600 mm. A baixa qualidade das chuvas na região, a partir de março (último mês do período chuvoso) contribuiu para esse cenário de estiagem nessa área”, explicou Ramos.

O mês de julho de 2022 foi preocupante, conforme informou Ramos. “A chuva acumulada no mês ficou abaixo da média climatológica em todos os pontos de observação, podendo destacar os municípios de:

• Alegre

• Presidente Kennedy

• Alfredo Chaves

• Distrito de Aracê, em Domingos Martins

• Venda Nova do Imigrante

Nos locais citados, os volumes de chuva registrados ficaram abaixo de 10% da média histórica. Nas demais regiões, o volume de chuvas ficou ligeiramente abaixo da média climatológica”, afirmou.

Já nessa primeira quinzena de agosto, na explicação do especialista, não houve ocorrência de chuva significativa no Espírito Santo.

“O principal motivo para o baixo volume de chuvas é a permanência de um sistema de alta pressão que tem provocado um padrão de bloqueio atmosférico, o que impediu o avanço de sistemas frontais com umidade suficiente para provocar as chuvas, que normalmente nessa época se concentram em maior volume no trecho litorâneo capixaba”, pontuou Ramos.

Fonte: Incaper / Folha Vitória


Postagem Anterior Próxima Postagem