O caso do professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), diagnosticado com malária, foi notificado para a Secretaria de Saúde (Sesa), na segunda-feira (12). A doença não é endêmica no Brasil. No entanto, somente em 2022, foram registrados 172 casos suspeitos no Estado.
Segundo a Sesa, dos casos suspeitos, apenas seis foram confirmados para a doença após exames laboratoriais. No ano passado, o registro foi de 283 notificações suspeitas, sendo 20 casos confirmados. Não há óbitos registrados em ambos os anos.
O professor da Ufes, Fábio Luiz Partelli, foi diagnosticado com a doença após voltar de uma viagem de trabalho para a África, realizada no mês passado. A Ufes não deu detalhes sobre o estado de saúde do professor. Informou apenas que estes estão reservados aos familiares.
Malária
A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários do gênero Plasmodium transmitidos pela picada da fêmea infectada do mosquito do gênero Anopheles, também conhecido como mosquito-prego.
É considerado um caso suspeito de malária a pessoa que apresente febre e que seja residente ou tenha se deslocado para área onde haja transmissão da doença.
A Sesa ressalta que, por meio da Vigilância Ambiental e Epidemiológica, realiza a vigilância dos casos em todo território capixaba, junto às vigilâncias municipais, de forma a observar a entrada de possíveis casos importados e também evitar surtos da doença.
No Espírito Santo há dois tipos da doença, a malária autóctone, que ocorre na região montanhosa, onde circula apenas o protozoário Plasmodium vivax. Esta é pouco frequente e geralmente evolui de forma benigna.
Já a malária introduzida, que pode ocorrer em quase todo o Estado, pode ser causada tanto pelo Plasmodium vivax, quanto pelo Plasmodium falciparum, sendo que o segundo causa uma forma mais grave e aguda da doença.
Para os casos de malária introduzida é necessário que haja um caso importado da doença em uma localidade com a presença do mosquito vetor. O inseto, ao picar a pessoa doente e não tratada, pode se contaminar com o protozoário e, cerca de 10 dias depois, infectar outras pessoas.
O tratamento para malária é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de forma gratuita, mediante diagnóstico laboratorial confirmatório ou teste rápido.
É importante esclarecer que não há vacina contra a malária no Brasil, entretanto, existem estudos em desenvolvimento para a população de países Africanos, onde a doença é endêmica.
Fonte: Folha Vitória