Cassie foi o primeiro robô bípede a correr 100 metros em poucos mais de 24 segundos
Reprodução/Oregon State University - 30.09.2022 |
Robô Cassie bateu recorde durante corrida
Um robô desenvolvido pela Oregon State University, nos Estados Unidos, bateu o recorde de robô bípede mais rápido do mundo e entrou para o Guinness Book.
Apesar do título ter sido concedido nesta semana, o robô, chamado de Cassie, completou o feito em maio. Na ocasião, a máquina percorreu 100 metros em 24,73 segundos, o tempo mais rápido para um robô bípede - há robôs quadrúpedes que correm mais rápido.
Isso significa que Cassie alcançou a velocidade de 14,5 km/h. Humanos conseguem alcançar velocidades muito mais altas: o recorde global é de Usain Bolt, que já percorreu 100 metros em 9,58 segundos (cerca de 37,5 km/h).
Apesar de ficar atrás de humanos, o feito alcançado por Cassie é muito importante para o desenvolvimento da robótica. Há cerca de um ano, a máquina tinha batido outro recorde ao se tornar o primeiro robô bípede a percorrer 5 quilômetros .
"Cassie tem sido uma plataforma para pesquisas pioneiras em aprendizado de robôs para locomoção", afirma o estudante de pós-graduação Devin Crowley, que liderou a pesquisa sobre velocidade. "Completar 5 km foi sobre confiabilidade e resistência, o que deixou em aberto a questão de quão rápido Cassie poderia correr. Isso levou a equipe de pesquisa a mudar seu foco para a velocidade".
Para completar os 100 metros no menor tempo possível, Cassie foi treinada por em uma semana no que equivale a a um ano inteiro em um ambiente de simulação. Para isso, os pesquisadores usaram técnicas de computação que permitiram que o robô, que dobra seus joelhos da mesma forma que um avestruz, passasse por uma série de experiências de treinamento simultaneamente.
Apesar de usar inteligência artificial para aprender, o robô não tem sensores externos ou câmeras, ou seja, não corre sozinho, mas é controlado remotamente.
Para os pesquisadores, a etapa mais difícil não foi a corrida em si, mas começar a correr e parar de correr. "Começar e parar em pé é mais difícil do que a parte de corrida, assim como a decolagem e o pouso são mais difíceis do que realmente pilotar um avião", esclarece Alan Fern, professor de inteligência artificial ligado ao projeto. "Este resultado de 100 metros foi alcançado por uma profunda colaboração entre o design de hardware mecânico e inteligência artificial avançada para o controle desse hardware".
Jonathan Hurst, professor de robótica da universidade, afirma que "ste pode ser o primeiro robô bípede a aprender a correr, mas não será o último". "Acredito que abordagens de controle como essa serão uma grande parte do futuro da robótica. A parte emocionante desta corrida é o potencial. O uso de políticas aprendidas para controle de robôs é um campo muito novo, e essa corrida de 100 metros está mostrando melhor desempenho do que outros métodos de controle. Acho que o progresso vai acelerar a partir daqui".
Fonte: IG