Casa onde vítimas foram encontradas Divulgação/Polícia Civil |
O delegado Flávio de Almeida Narcizo, da 91ª DP (Valença), informou neste sábado que a lei eleitoral impede, momentaneamente, a prisão do homem acusado de manter a esposa e as duas filhas em cárcere privado por mais de 20 anos. Segundo o delegado, as vítimas foram acolhidas por uma irmã da mulher do acusado.
A legislação eleitoral proíbe, em seu artigo 236, que o eleitor seja preso desde cinco dias antes até 48h depois do pleito, que acontece neste domingo. A exceção fica por conta dos casos de prisão em flagrante delito. Toda prisão que ocorrer na vigência da lei deve ser submetida a um juiz, que vai verificar a legalidade da detenção.
O acusado de manter as três mulheres em cárcere é José do Carmo João, de 60 anos. Uma é sua mulher e as outras duas, filhas. Segundo a polícia, ele está foragido desde 2005, quando torturou e matou uma pessoa. A motivação do crime ainda é desconhecida pela polícia.
A polícia chegou até a casa onde as mulheres eram mantidas em cárcere após uma denúncia de um homem que disse ter sido ameaçado pelo acusado. Mas, ao chegar no local, ele já havia fugido. A suspeita é que tenha se embrenhado na mata.
— Ele é mateiro, então conhece bem a região — disse o delegado.
Munições encontradas da residência da família — Foto: Polícia Civil/Divulgação |
As vítimas têm 48, 25 e 19 anos. A filha mais nova, inclusive, nasceu na casa onde era mantida presa e nunca teria visto a rua. A filha mais velha nasceu em Barra do Piraí, quando o pai ainda não estava foragido.
O delegado afirma também que como as filhas nunca tiveram contato com outras pessoas, elas achavam que a situação era normal. Além disso, citou que o criminoso trabalhava em uma fazenda perto da casa onde morava. Pessoas que trabalhavam com José também serão investigadas.
Além do crime de homicídio ocorrido em 2005, José do Carmo João irá responder por porte de arma, porte de munição, cárcere privado, abandono intelectual, ameaça e perseguição. O caso está sob investigação da 91ª DP (Valença).
Fonte: O Globo