Mulher alega ter sido estuprada por PM dentro da própria casa onde morava, em Viana, na Grande Vitória — Foto: Reprodução/TV Gazeta |
Uma mulher de 49 anos denunciou um policial militar por estuprá-la dentro da própria casa onde ela morava, em Viana, na Grande Vitória. O crime teria acontecido no dia 26 de setembro.
De acordo com ela, três policiais militares fardados invadiram a residência, sem mandado, alegando que buscavam suspeitos de tráfico de drogas.
"Eu estava deitada, porque estava passando muito mal de pressão alta, diabetes. Estava ouvindo som de soco, de tapa, e quando olhei o policial estava na porta do meu quarto. Ele falou pra mim 'o que está fazendo deitada?', disse que estava passando mal, ele falou para eu levantar. Eu levantei e continuei ouvindo tapa. Quando olhei tinham dois policiais na cozinha, dando tapa na boca do meu filho. A boca dele estava toda sangrando. Fiquei muito assustada, porque o meu filho tem 15 anos, e vi eles batendo na nuca dele, batendo na cabeça", contou a mulher que preferiu não se identificar.
Foi depois desse momento que, segundo a vítima, um dos policiais mandou ela entrar no quarto e a obrigou a tirar a roupa.
"Ele chegou pertinho de mim, agachou e mandou eu ficar fazendo aquele movimento de abaixar e levantar, a começou a colocar a mão em mim, atrás e na frente, e fazia gemidos que estava gostando. Foi mais ou menos um cinco minutos (de duração)", falou a vítima.
Assim que os policiais foram embora a mulher pediu ajuda a uma amiga. Elas chegaram à advogada Gislaine Salles, que a auxiliou a denúncia. Segundo a advogada, na delegacia alguns policiais se recusaram a abrir o boletim de ocorrência.
"A gente foi até a delegacia, no dia 27, no primeiro contato com os policiais de plantão eles não quiseram registrar o boletim de ocorrência, falaram que não seria de competência deles, mas eu insisti. Teve uma policial feminina que se identificou com o caso e registrou o boletim de ocorrência. Nesse mesmo dia ela (a vítima) foi encaminhada ao Departamento Médico Legal (DML)", disse a advogada.
Em nota, a Polícia Militar disse que o caso foi registrado na corregedoria três dias depois, e que os fatos estão sendo apurados, mas outros detalhes sobre o caso não serão divulgados para não atrapalhar as investigações.
Segundo a advogada, o policial voltou à casa da mulher depois do abuso.
"Ele demonstra ser uma pessoa extremamente nervosa dentro da profissão dele, e já praticou esse mesmo delito com outras duas mulheres. Até hoje estamos sem nenhuma resposta. O policial continua trabalhando nas ruas, continua fardado, e a vítima escondida", falou a advogada.
A mulher que denunciou o estupro disse à polícia que morava no bairro com o marido, dois filhos e um neto, havia apenas um mês. Traumatizada e com medo, ela precisou deixar o local com a família, e passou a viver escondida. Ela parou de trabalhar e até mesmo o neto parou de frequentar a escola.
"Amigos pagaram aluguel para mim, me tiraram de lá, porque eu estou sentido muito medo. Medo dele voltar ou fazer alguma coisa contra mim por causa da denúncia, ou mandar alguém fazer alguma coisa contra mim", contou a vítima.
Da Redação com G1