O câncer de mama é a principal causa de morte por câncer entre as mulheres brasileiras. Cerca de 66.280 casos novos da doença foram estimados somente para 2021 pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Mas os números são ainda mais assustadores quando se fala sobre mortes. No ano passado, quase 50 pessoas morreram por dia em decorrência das complicações do câncer de mama - totalizando 18,2 mil vítimas.
Apesar de tão devastadora, a doença pode ter cura em casos de diagnóstico precoce, acompanhamento e cuidados durante a vida feminina. Por isso, o Outubro Rosa vem para lembrar informações importantes sobre o câncer de mama - e, ainda, apresentar o que você ainda não sabe sobre a enfermidade.
O que você já sabe, mas não custa lembrar:
O câncer de mama não tem uma causa única, mas alguns pontos devem ser observados por conta da maior probabilidade de desenvolvimento da doença. São os chamados fatores de risco não modificáveis:
- Mulheres acima de 50 anos
- Alta densidade mamária
- Início da menopausa depois dos 55 anos
- Início da menstruação antes dos 12 anos
- Exposição a agrotóxicos ou radiação
- Histórico familiar da doença (mãe, irmãs, filhas ou múltiplos parentes)
- Histórico pessoal de câncer feminino
O que você ainda não sabe:
Apesar de existir a tendência genética de apresentar câncer de mama, ela representa apenas de 5% a 10% dos casos. Portanto, cerca de 90% a 95% dos tumores estão prioritariamente ligados a outros aspectos - como hábitos, escolhas e estilo de vida.
Seus hábitos aumentam - ou diminuem - a chance de desenvolver a doença.
A boa notícia é que eles são os chamados fatores modificáveis, ou seja, é possível evitar o aumento de chances de desenvolvimento do câncer de mama.
- Excesso de peso e obesidade
- Tabagismo
- Consumo frequente de bebida alcoólica
- Sedentarismo
- Consumo de alimentos ultraprocessados
- Baixos níveis de vitamina D
Portanto, é possível cuidar de uma rotina saudável, com alimentação e exercícios regulares, com check-ups médicos anuais.
Chances de cura de 95%
Outra informação que talvez você não saiba é que as chances de cura são de aproximadamente 95% quando o câncer é descoberto em estágio I, ou seja, no início. Quando em estágio III, sem metástase, porém avançado, as chances já giram em torno de 40%.
Por isso, no Outubro Rosa, fala-se tanto da importância da mamografia e do autoexame. Todas as mulheres a partir dos 20 anos de idade precisam fazer o autoexame: no banho, pelo menos duas vezes por mês, é preciso fazê-lo.
Fazer o autoexame não exclui a importância e a necessidade da mamografia. A partir dos 40 anos de idade, o rastreio mamográfico deve ser feito anualmente.
Mulheres com fatores de risco não modificáveis precisam acompanhar com maior frequência ou de acordo com orientação do ginecologista.
Amamentar diminui o risco de desenvolver câncer de mama
Todo mundo sabe que a amamentação é fundamental para a saúde do bebê. O que é possível que muita gente não faça ideia é que mulheres que amamentaram seus filhos têm menos chances de desenvolver a doença do que as que não realizaram o aleitamento materno. É que, neste período, as taxas de hormônios femininos que favorecem o surgimento desse tipo de câncer caem no corpo da mulher.
Prótese de silicone não aumenta as chances do câncer de mama
Este é um assunto muito estudado e debatido na área da área médica. E não há nenhuma evidência científica que comprove que silicone nos seios aumente as chances de desenvolvimento do câncer de mama. Ou seja, mulheres com prótese mamária têm as mesmas probabilidades das que nunca fizeram o implante.
A radiação da mamografia não é arriscada
Esta é uma desinformação que prejudica muitas mulheres. É preciso saber que a exposição à radiação do mamógrafo é mínima - e, por isso, não atua no aumento das chances de desenvolvimento do câncer de mama.
A mamografia é importante justamente para identificar os tipos de lesões iniciais, contribuindo com a redução da mortalidade pela doença.
Homens também têm câncer de mama
A mama masculina é um órgão bem menor do que a feminina. Porém, apesar de raro, pode acontecer.
Homens acima dos 60 anos com histórico da doença feminina apresentam maiores fatores de risco. Os casos, contudo, representam apenas 1% dos casos.
Atenção aos sinais
Além do acompanhamento com o ginecologista, é essencial conhecer quais são os principais sinais da doença. Ao identificá-los, é preciso procurar um médico com urgência.
- Caroços embaixo do braço, no pescoço ou nas mamas
- Pele da mama avermelhada
- Pele da mama retraída, como se estivesse repuxada
- Machucado na pele da mama sem motivo aparente
- Alterações no mamilo
- Saída espontânea de líquido do mamilo
Fonte: Folha Vitória