Último país a receber uma Copa, a Rússia gastou R$ 61,8 bilhões para sediar o torneio em 2018, cerca de 20 vezes menos
Iate de luxo ancorado em Doha para a Copa do Catar Andrej ISAKOVIC / AFP |
Dos hotéis ao metrô, o Catar investiu pesado na infraestrutura para receber a Copa do Mundo. Segundo levantamento feito pela revista Forbes, o custo total para o país sediar o mundial foi de R$ 1,22 trilhão. Os custos foram empenhados para a construção de sete novos estádios, uma rede de metrô conectando as arenas, um novo aeroporto, além de hospitais, hotéis e shoppings.
Todo esse luxo é visto em vários pontos do pequeno país do Golfo, que começa a receber turistas e as delegações das seleções que disputarão o torneio, que começa no próximo domingo.
Com gastos de R$ 1,2 trilhão, Catar esbanja luxo a turistas.
A nível de comparação, o último país a receber uma Copa, a Rússia, gastou “apenas” R$ 61,8 bilhões para sediar o torneio em 2018, cerca de 20 vezes menos que o Catar. Em contrapartida, os árabes esperam um aumento de R$ 90,6 bilhões na arrecadação durante o torneio. Já a Fifa estima gerar R$ 37,3 bilhões em receita.
Cruzeiros para hospedagem
Não foram apenas estádios de futebol que precisaram “brotar” das areias do Catar para a Copa. Para comportar delegações, profissionais de diversos setores e os cerca de 1,2 milhão de torcedores esperados, o país precisou impulsionar a construção de novos meios de hospedagem. E como as opções em terra firme não foram suficientes, uma parte significativa dos visitantes dormirá em três navios de cruzeiros, que permanecerão atracados no porto turístico de Doha, capital do país durante todo o Mundial da Fifa.
Os três navios juntos somarão 4.954 quartos. O maior deles, o World Europa, terá 2.626 cabines, com capacidade para até 6.762 passageiros. Já no MSC Poesia, ao menos 3.013 pessoas poderão se hospedar nas 1.257 habitações. E o MSC Opera oferece 1.071 cabines para até 2.679 hóspedes.
As quase cinco mil cabines disponíveis nos três navios correspondem a uma pequena fração do total que o país precisará para acomodar tanta gente durante as quatros semanas de duração da Copa. O Comitê Organizador da Copa estimou que seriam necessários 130 mil quartos.
Por isso, há um grande esforço para se encontrar meios alternativos, como o aluguel por temporada de imóveis já existentes, ou de casas pré-moldadas erguidas em zonas mais afastadas especialmente para a Copa. Até grandes acampamentos para torcedores, chamados de "Fan Villages", com milhares de unidades, foram montados.
Casa da seleção
A seleção brasileira ficará hospedada no The Westin Doha Hotel & Spa, localizado no centro da cidade Doha. O Estádio Al Arabi SC será o espaço utilizado para os treinos.
“Localizado no coração do centro de Doha, a poucos minutos de destinos de referência, como Souq Waqif e Corniche, a propriedade fica a uma curta distância a pé de estações de metrô e de estádios de futebol próximos ao hotel. O Westin Doha Hotel & Spa oferece wi-Fi gratuito em toda a propriedade e amplas instalações de lazer, incluindo quatro piscinas.
Os hóspedes podem desfrutar de uma variedade de opções gastronômicas em 6 restaurantes que vão desde a premiada cozinha tailandesa no Sabai Thai a um menu à carta junto à piscina da propriedade no Waves Pool Cafe.
Se você deseja relaxar e descontrair, os hóspedes podem ir ao Heavenly Spa, onde podem desfrutar de serviços como tratamentos faciais, envolvimentos, esfoliação e muito mais”, diz o site da hospedagem.
Conforto nos meios de transporte
Para ligar todos os pontos importantes da cidade, a rede de metrô que conecta as arenas é outro ponto de destaque. Durante a Copa, 110 trens serão usados diariamente para transportar torcedores e turistas. Para utilizar o transporte, será necessária o Hayya Card Digital, espécie de autorização de entrada no país e que também será exigido para entrada nos estádios — acompanhado do ingresso.
Com o documento, os visitantes terão acesso liberado aos trens do país durante o evento. Em teste feito pela ESPN, o tempo de espera por uma composição na plataforma não chegou a dois minutos, com os testes sendo feitos em horários variados.
As viagens foram rápidas, com os trens beirando os 100 km/h no trajeto. A essa velocidade, para se ter uma ideia, é possível atravessar boa parte da cidade de Doha, em menos de 30 minutos. O conforto é marca registrada da viagem, com direito a poltronas revestidas em couro e internet ultrarrápida.
Custo alto para a torcida
Depois de anunciarem que a venda de bebidas alcóolicas dentro dos espaços da Fifa no Catar será autorizada, a notícia agora é sobre o preço de um copo de chopp: durante o torneio, o valor será de aproximadamente 13,73 dólares, cerca de R$73,23.
Patrocinadora do evento, a Budweiser será a cerveja oficial do torneio — e a única a ser comercializada nas áreas em que o consumo de álcool é permitido no país. Segundo as leis locais, as bebidas alcóolicas são proibidas pelos costumes da população, maioria de adeptos do islamismo.
Fonte: O Globo