Protótipo chamado de ARBOCAPS foi desenvolvido por alunos da Escola de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI) Marconi Coelho Reis, na cidade de Cascavel, na Região Metropolitana de Fortaleza.
Protótipo tem em sua formação folha de pião roxo e resina de cajueiro — Foto: Arquivo pessoal
Um projeto de sustentabilidade criado por alunos de uma escola pública estadual do Ceará venceu um prêmio nacional de educação com um protótipo para combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti. O resultado foi anunciado na última terça-feira (22).
Eles criam uma capsula que, quando dissolvida na água parada, elimina as larvas do mosquito da dengue.
Os vencedores nacionais estudam na Escola de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI) Marconi Coelho Reis, na cidade de Cascavel. O protótipo criado por eles é chamado ARBOCAPS: Cápsulas Sustentáveis Biodegradáveis em combate a arboviroses, que elimina a proliferação do mosquito Aedes aegypti, causador de doenças como dengue, zica e chikungunya.
A professora Heloina Capistrano, que orientou o trabalho, afirmou que a iniciativa de elaborar o projeto partiu da vontade dos alunos de ajudar a solucionar problemas da própria comunidade.
"Em 2018, uma escola de nossa região ficou entre as vencedoras, isso chamou bastante minha atenção e me fez tomar a iniciativa junto aos alunos a buscar soluções sustentáveis para as problemáticas reais da comunidade. Desde então seguimos participando e obtendo destaque, ficando sempre entre os finalistas. Com muito orgulho, nesta edição de 2022 com o projeto ARBOCAPS, alcançamos novamente o primeiro lugar nacional", disse.
O protótipo
Alunos vencedores do prêmio nacional de projeto sustentável — Foto: Arquivo pessoal
O trabalho feito por três alunos do ensino médio demorou oito meses para ficar pronto. Ele foi produzido a partir da folha do pião roxo e de resina de cajueiro.
"O protótipo consiste na junção do extrato da folha do pião roxo e resina de cajueiro para a formação da cápsula biodegradável. Em contato com a água parada, a mesma tem efeito larvicida, pois libera compostos químicos que por sua vez tem ação contra a larva do mosquito, assim tendo fácil combate ao mosquito Aedes aegypti", explica Heloina.
Ela afirma ainda que o prêmio encheu a todos de orgulho pela contribuição que pode ser dada à sociedade a partir do novo equipamento desenvolvido pela turma.
"A equipe está muito orgulhosa, com sentimento de dever cumprido e sabendo que como vencedor nacional o projeto representa todas as boas práticas dos demais projetos inscritos nessa edição do prêmio. O Solve For Tomorrow renovou o espírito empreendedor e a curiosidade científica dos estudantes, que já estão planejando continuidade para este projeto e pensando em novas ideias", comenta.
Vencedores estudam em escola de tempo integral da cidade de Cascavel (CE) — Foto: Reprodução
Premiações
Em segundo e terceiro lugar ficaram as equipes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia, na cidade de Porto Velho (RO), com o projeto de Elaboração de uma biopomada como alternativa no tratamento da Leishmaniose, e do Centro de Ensino de Tempo Integral Dom Ungarelli, em Pinheiro (MA), com um protótipo de Horta Magnética.
Os projetos vencedores nacionais receberam duas smart TVs de 55 polegadas para suas respectivas escolas, além de um smartphone e uma Smart TV de 55 polegadas (1º lugar), um notebook e uma smart TV de 55 polegadas (2º lugar) e um smartwach e uma smart TV de 55 polegadas (3º lugar) para cada aluno ganhador.
Os projetos vencedores foram selecionados por uma banca julgadora composta por representantes da Samsung e do Cenpec, além de especialistas de universidades e profissionais nas áreas de educação, ciências e tecnologia.
Heloína acredita que projetos como esse podem fazer a diferença não só em toda uma comunidade, mas também na vida particular de cada um dos alunos.
"Como professora orientadora supervisiono as práticas laboratoriais, procedimentos a serem adotados, oriento os artigos científicos para estudo e desenvolvimento do protótipo físico, internalizando o uso da abordagem STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática). Através do estudo e desenvolvimento de projetos científicos, os alunos podem liderar mudanças e assumir o protagonismo, proporcionando impactos positivos na comunidade e consequentemente em suas vidas", conclui.
Fonte: G1