Segundo professor da Ufes, animal do ES pode ter má formação genética, o que faz com que ande como um coelho. — Foto: Reprodução |
Imagens gravadas por um morador de José Anchieta, na Serra, Grande Vitória, e enviadas para o Bom Dia ES, da TV Gazeta, mostram um animal que parece ser metade gato e metade coelho. No vídeo, o Isnaldo pergunta “o que aconteceu para esse camarada para nascer assim?”, já que as patas traseiras e a cauda do bicho são curtas como as de um coelho, enquanto as patas dianteiras e todo o resto têm características de gatos.
Mas quem pensou que o animal seria um híbrido das duas espécies está enganado. De acordo com o professor de Anatomia Veterinária da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Douglas Silveira, é biologicamente impossível o cruzamento entre gatos e coelhos na natureza.
“O animalzinho do vídeo em questão trata-se de um felino, de um gato. Na biologia, animais de espécies diferentes são incapazes de se reproduzir, isso porque o espermatozoide de um animal de uma e espécie é incapaz de fecundar o óvulo de outra espécie. Além disso, o gato possui 38 cromossomos; enquanto os coelhos, 44, inviabilizando ainda mais essa reprodução”, disse.
Malformação genética
O professor explica ainda que o gato do vídeo pode ter uma malformação genética, o que faz com que ele se apoie a planta das patas no chão, tornando-se, assim como os humanos, plantígrados.
Muito ao contrário de ser um cruzamento entre dois animais diferentes, a característica do "gatoelho" pode estar relacionada ao cruzamento entre indivíduos muito próximos geneticamente, como irmãos.
“Essa malformação genética pode ter sido ocasionada devido a um cruzamento consanguíneo, ou seja, cruzamento entre parentes muito próximos, normalmente, irmãos de uma mesma ninhada. Dentre as más formações, pode acontecer o encurtamento da coluna e da cauda, pois a causa faz parte da coluna vertebral”, disse o professor.
De acordo com o professor, esse encurtamento de coluna faz com que diversas articulações do animal sejam prejudicadas, além da inervação de diversos locais.
"Com isso, esses animais que são digitígrados, ou seja, que tem o apoio sobre os dedos, como ocorre com a maioria dos bichos domésticos, acabam tendo que se apoiar sobre as plantas dos pés, e se tornam animais plantígrados, igual aos humanos", explicou o professor.
Fonte: G1