O município do Rio gasta R$ 32 milhões por ano com a limpeza diária das praias do Rio, segundo apurou o RJ1 – que promove uma campanha de conscientização pela limpeza da orla.
Para se manter 258 garis limpando a sujeira que deveria estar nas lixeiras, o custo mensal é de cerca de R$ 1.280.000. Esse custo mais do que dobra nos meses de verão: chega a quase R$ 3 milhões (R$ 2.984.010).
Todo dia, 25 tratores são acionados para remover os resíduos que ficam na areia. A despesa com os veículos chega a R$ 820 mil por mês.
A compra mais recente de 2,5 mil novos contêineres custou R$ 635 mil. O prazo de validade deles é de um ano, mas a destruição causada por vândalos tem reduzido esse tempo.
O que daria para fazer com esse dinheiro?
O RJ1 comparou o gasto anual com o lixo nas praias com o custo de outros serviços e benefícios para a população. Seria possível:
- construir 19 UPAS;
- construir três clínicas da Família;
- erguer dois espaços de desenvolvimento infantil (Edis), com capacidade para atender 600 crianças;
- comprar 90 ambulâncias zero quilômetro para o Samu;
- construir 182 casas populares.
"A sujeira da praia não era pra existir. Então, esse custo é um custo que é jogado fora. A gente poderia estar investindo esse dinheiro de fato em outros serviços ou na prefeitura ou com a Comlurb, com a própria Comlurb. A gente tem tantas demandas e é uma cidade que carece tanto de cuidado e a gente precisa destacar dinheiro, esforço, tempo pra fazer algo que não precisava estar sendo feito", diz Flávio Lopes, presidente da Comlurb.
Terceiro maior orçamento
O lixo das praias também é responsável pelo inchaço no orçamento da Comlurb, que vem crescendo ano a ano. Já é o terceiro maior do município, depois de Saúde e Educação.
Este ano, foram destinados R$ 2,5 bilhões para a Comlurb, 6% a mais que no ano passado.
"A nossa cidade já tem por suas características muito serviço. Isso não é uma forma de gerar emprego pro nosso funcionário. Na verdade, é uma forma de gerar custo público desnecessário", explica Lopes.
O barrequeiro José Roberto da Silva diz que faz a parte dele: "Tem que manter minha área, o ambiente sempre limpo. Pros clientes que passam no calçadão verem a praia limpa e quererem descer (...) Eu tenho que fazer minha parte, né? Nem todo mundo pensa igual".
"Guarda o que a gente usa, a gente recolhe o lixinho aqui no entorno. A gente vai fazendo de pouquinho em pouquinho pra tentar manter o nosso local privilegiado", diz a advogada Daniele Couto.
Fonte: G1