Ele estava sem documentos e a digital não consta no banco de dados do Espírito Santo; tatuagens podem auxiliar nas buscas por parentes e amigos
O paciente não identificado não consegue falar, por conta das lesões, e não levava nenhum documento. (Filipe Chicarino)
Há duas semanas, um mistério paira sob o Hospital Estadual de Atenção Clínica (Heac), em Cariacica. Um paciente "sem nome", que não consegue falar, deu entrada na unidade após ser atropelado em Vila Velha. Os ferimentos foram graves. Sem documentos, os profissionais estão tentando descobrir quem e de onde é o homem, que aparenta ter entre 30 e 35 anos. A única pista são tatuagens que ele tem pelo corpo, com tema de ufologia — assuntos relacionados a objetos voadores não-identificados.
Tudo começou no dia 15 de março deste ano, quando o homem chegou ao Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE), em Vitória, levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu/ 192). A vítima tinha sido atropelada por volta de 7h30, na Avenida Antônio Gil Veloso, na Praia da Costa, e deu entrada na unidade de saúde com politraumatismo, ou seja, lesões por todo o corpo.
De acordo com a Polícia Militar, no dia do acidente "o condutor do carro relatou que passava pela via, quando o homem atravessou inesperadamente a sua frente e não tendo tempo hábil para evitar o atropelamento. Ele fez o teste do bafômetro, que deu negativo para o consumo de álcool".
Hospital do ES pede ajuda para identificar paciente "misterioso"
Como a vítima estava sem nenhum documento, a equipe do HEUE acionou a Polícia Civil e a digital dele foi coletada. Após passar por análise, descobriu-se que não havia registro dele no banco de dados aqui do Espírito Santo, ou seja, tudo indica que ele não é do Estado.
Chegada ao Heac
No dia 13 de abril, o homem foi transferido para o Heac. "O motivo da internação dele no Heac é a alta complexidade social. O Heue é um hospital de alta complexidade, mas a referência dele é para trauma. Passando o quadro clínico do trauma que eles conseguiam resolver, eles transferem para outros hospitais de referência, que a gente também chama de suporte", explicou Mirella Vallandro dos Santos, psicóloga do Hospital Estadual de Atenção Clínica.
Na unidade de saúde, ele vem recebendo os cuidados continuados. Ele teve traumatismo craniano, insuficiência respiratória e rebaixamento do nível de consciência. "Atualmente não faz nenhuma comunicação com a equipe (por sequela no traumatismo) e faz uso de sonda para se alimentar", completou a psicóloga.
Busca pela identidade
Sem documentos e sem conseguir falar, assim que ele chegou ao Heac, a equipe de assistência social da unidade entrou em contato com os profissionais do HEUE, foi aí que descobriram que a digital dele já tinha sido coletada.
"Fomos até a Polícia Civil e eles nos informaram que, como não há registro dele no Espírito Santo, eles iriam notificar outros Estados, mas esse processo pode demorar", detalhou a assistente social Walquillia Pereira Calaça.
Tatuagens
Pelo corpo, o paciente tem diversas tatuagens com o tema de ufologia. A equipe do hospital conta com essa característica para ajudar na identificação dele. São naves espaciais, ETs, e a inscrição "J.D.S.Tattoos".
Tatuagens são pistas que podem levar à identificação do paciente. (Filipe Chicarino)
"Nosso ponto de partida, depois da digital dele, são as tatugens, porque são bem específicas. Não são desenhos tão comuns. Já fizemos contato também com o pessoal que faz abordagem às pessoas em situação de rua de Vila Velha e Cariacica, mas ninguém o conhece", disse Mirella.
Conhece ele? Ajude!
Viu as fotos e reconheceu o homem, ou sabe de algum amigo/parente dele? Você ajudar passando informações ao Heac pelo telefone (27) 3636-2860 ou através do e-mail heac.comunicacao@saude.es.gov.br.
Fonte: A Gazeta