Ter visualizado o processo para conseguir ter o filho ajudou a cura — Foto: Reprodução Facebook |
A infertilidade afeta uma em cada cinco mulheres em idade reprodutiva, e uma em cada quatro mulheres têm dificuldades para engravidar. No entanto, nem sempre ela é discutida abertamente. A pediatra Erica Kaye compartilhou recentemente sua jornada em um ensaio pessoal, que é um lembrete para todos nós de que o caminho para se tornar mãe e pai nem sempre é fácil e que há mais de uma maneira de chegar lá. Erica quer mudar isso falando sobre a dificuldade de passar por tratamentos de infertilidade e da importância de se compartilhar histórias reais para estimular os profissionais de saúde e pesquisadores a desenvolver, implementar, estudar e normalizar estratégias clínicas para melhor apoiar os pacientes durante os tratamentos de fertilidade.
A infertilidade é uma jornada profundamente pessoal para cada mulher e mãe que, infelizmente, muitas vezes pode ser estigmatizada e ela pode se sentir isolada. Erica compartilhou a dor que sentiu com a perda da gravidez, escrevendo: “Enquanto tentamos aumentar nossa família ao longo dos anos, tivemos cinco perdas de gravidez. Houve momentos em que pensei que não conseguiria sobreviver à dor. Passar por um tratamento de fertilização in vitro é brutal, isolador e desesperadamente solitário. É uma montanha-russa emocional que vai da esperança ao desespero a cada momento. É fisicamente, psicologicamente e espiritualmente angustiante", escreveu ela, observando também que o tratamento pode ser "financeiramente devastador". "Não deveria ser assim. A infertilidade é uma condição médica e todos devem ter acesso a tratamentos eficazes e baseados em evidências para sua doença", declarou.
Erica compartilhou em um post no Facebook que começou os tratamentos de fertilização in vitro há uma década, mas não guardou nenhuma lembrança daquela época. Entretanto, quando ela e seu parceiro decidiram tentar a fertilização in vitro novamente e começaram a procurar uma barriga de aluguel, ela decidiu fazê-lo. “Quando começamos a barriga de aluguel, eu estava salvando tudo instintivamente. Tivemos muita sorte de encontrar uma gestante que nos apoiou incondicionalmente e que concordou em guardar todas as suas agulhas e seringas usadas no nosso processo, sem hesitar”, escreveu Erica no Facebook.
Ela também compartilhou que ver a jornada fisicamente e visualmente ajudou na cura. "Visualizar a totalidade de nossa experiência em pilhas físicas no chão me ajudou a apreciar não apenas nossa sorte, mas também nossa garra. Fico feliz em lembrar cada etapa crua do processo para trazer Leander para nossa família", escreveu ela. "Não acho que a infertilidade esteja realmente 'atrás' de uma pessoa. Como a dor, ela nos molda e a carregamos conosco. Mas talvez ver os andaimes da jornada, em seus ossos nus, possa ajudar a trazer perspectiva e cura", explicou ela.
Quando Erica compartilhou suas fotos e parte de sua história em uma postagem no Facebook, muitas mães e pais agradeceram por sua vulnerabilidade. Um usuário do Facebook comentou: “Obrigado, Erica! Obrigado por sua vulnerabilidade e eloquência. Eu fui e continuo sendo tão comovido e inspirado por sua jornada. Garra, tristeza e muito dinheiro também são verdadeiros para minha experiência. Obrigado." Outra pessoa escreveu: “Isso é comovente e lindo ao mesmo tempo”.
Outra pessoa compartilhou sua própria experiência com infertilidade e chamou a foto de Erica de “trabalho de cura”. “Quando eu tinha 30 anos, tive que escolher entre tentar ter um filho (sem marido) ou fazer uma cirurgia para remover os 5 fibroides do meu útero. Eu nunca vou conseguir carregar uma criança em meu [ventre], eu nunca vou experimentar a alegria de vê-los crescer. Embora agora eu tenha 5 filhas lindas (elas eram adolescentes quando entraram em nossa casa) e 12 netos incríveis por meio de adoção, me sinto abençoada", diz.
Fonte: Crescer