General da reserva, que atuou na segurança de Lula, pediu demissão na tarde desta quarta (19), horas após a divulgação dos vídeos
Marco Edson Gonçalves Dias do GSI durante cerimônia de apresentação de oficiais recém-promovidos das Forças Armadas, realizado na Palácio do Planalto, cidade de Brasília, DF, em 04/04/2023 - Fátima MEIRA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Nesta quarta-feira (19), a CNN divulgou imagens exclusivas que mostram o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, dentro do palácio do Planalto durante a invasão do prédio que ocorreu em 8 de janeiro.
Horas depois da revelação dos vídeos, Gonçalves Dias pediu demissão do cargo de ministro na tarde desta quarta-feira.
O general Marco Edson Gonçalves Dias foi anunciado pela equipe de transição do governo federal ainda em dezembro de 2022 como chefe do GSI, órgão responsável por assessorar o presidente da República em assuntos militares e de segurança.
Quando major e tenente-coronel, Gonçalves Dias atuou na segurança pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante seus primeiros mandatos, entre 2003 e 2009, como Secretário de Segurança da Presidência da República.
Ele voltou a colaborar na segurança de Lula durante a campanha das eleições para a Presidência da República em 2022.
Durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), ele atuou na 6ª Região Militar, responsável pela administração de pessoal e logística do Exército na Bahia. Em 2012, foi afastado da função quando houve uma greve de policiais no estado e Dias foi filmado recebendo um bolo de aniversário dos policiais grevistas.
Mesmo assim, o militar ainda chegou a ser chefe da Coordenadoria de Segurança Institucional de Dilma.
Gonçalves Dias nasceu em 1950, na cidade de Americana, em São Paulo.
Às 16h29 de 8 de janeiro, duas câmeras do circuito interno do Palácio do Planalto registraram imagens do então ministro-chefe do GSI caminhando sozinho no terceiro andar do Palácio, na antessala do gabinete do presidente da República. Ele tenta abrir duas portas e depois entra no gabinete.
Após alguns minutos, o agora ex-ministro aparece caminhando pelo mesmo corredor com alguns invasores. As imagens sugerem que ele indica a saída de emergência ao grupo de criminosos.
Em seguida, surgem nas imagens outros integrantes do GSI, que parecem indicar também o caminho de saída para os invasores que estavam no terceiro andar do Palácio do Planalto.
As imagens exclusivas a que a CNN teve acesso mostram que em vários momentos funcionários do GSI e os invasores circulavam no Palácio do Planalto.
No terceiro andar, onde as câmeras registraram as imagens do ministro, os criminosos quebraram câmeras de segurança, mesas de vidro, o relógio Balthazar Martinot, obra de arte do século 17, que chegou ao Brasil pelas mãos de dom João VI em 1808, além de revirarem gavetas e móveis.
Fonte: CNN Brasil