Fragmento da Bíblia contém tradução estendida do capítulo 12 do livro de Mateus. Veja mais sobre o manuscrito siríaco recém-descoberto.
Um historiador da Academia Austríaca de Ciências conseguiu novamente tornar legíveis as palavras perdidas num manuscrito em camadas. É dito que essa versão antiga de um capítulo da Bíblia estava escondida por mais de 1.500 anos.
O medievalista e historiador Grigory Kessel utilizou de fotografia ultravioleta para visualizar a terceira camada do texto. O material analisado tratava-se de um duplo palimpsesto, que ele diz ter feito a sua descoberta via manuscrito sobrevivente mantido na Biblioteca do Vaticano.
Ele anunciou a descoberta em março via um artigo publicado no New Testament Studies, uma revista publicada pela Cambridge University Press.
Fragmento da Bíblia é uma versão do capítulo 12 do livro de Mateus
O manuscrito escrito sob três camadas de palavras escritas em um palimpsesto – formato de manuscrito que os autores costumavam escrever sobre outras palavras – revelava uma tradução inédita. Na época, os palimpsestos eram preferíveis devido à escassez de pergaminhos.
Enquanto no original, em sua versão grega, Mateus capítulo 12, o versículo 1 diz: “Naquele tempo, Jesus passou pelas searas no sábado; e seus discípulos ficaram com fome e começaram a colher e comer”, a tradução siríaca expressa, “[…] começou a colher as espigas, esfregá-las nas mãos e comê-las.”
É comentado por especialistas de pesquisa medieval que a tradução siríaca foi escrita pelo menos um século antes dos manuscritos gregos.
Por fim, a descoberta pode ser uma oportunidade para os pesquisadores poderem entender com maior precisão as primeiras fases da evolução textual da Bíblia, conforme descrito pelo comunicado à imprensa.
O que é a luz ultravioleta?
É uma forma de radiação eletromagnética, invisível ao olho humano, situada no espectro eletromagnético entre a luz visível e os raios X. Dessa forma, as ondas UV possuem comprimentos de onda mais curtos e maior energia do que a luz visível, podendo ser categorizadas em UVA, UVB e UVC. São naturalmente emitidas pelo sol, mas também podem ser produzidas artificialmente, sendo conhecidas tanto por seus efeitos prejudiciais, como queimaduras solares, quanto por aplicações úteis, como na esterilização.
Fonte: Agência Velvet